Calendário Econômico: Inflação no Brasil, EUA dá tom em semana de balanços na B3
Investing.com – Um forte ciclo de alta de na taxa de juros brasileira deve criar problemas para as empresas locais, ressaltou a XP (BVMF:XPBR31) em estudo divulgado a clientes e ao mercado nesta terça, 28 de janeiro.
Neste cenário, setores como transportes, propriedades comerciais e agronegócio são os mais expostos, com dívida concentrada no curto prazo, enquanto empresas com alta alavancagem também tendem a sofrer mais.
“Os setores intensivos em capital são os mais impactados, em razão de sua alavancagem financeira significativa e sua natureza cíclica”, disse a XP em documento assinado por Fernando Ferreira, Camilla Dolle, Felipe Veiga, Júlia Aquino, Lucas Rosa e Mayara Rodrigues.
A expectativa da XP é de que a taxa Selic atinja um pico de 15,50% em junho, permanecendo no mesmo patamar até o primeiro semestre de 2026. Com juros elevados e desvalorização do real, as métricas de crédito podem ser afetadas. Assim, investidores estão preocupados em relação aos impactos sobre o endividamento e os indicadores relacionados à dívida das companhias listadas.
“Em termos de liquidez, medida pela relação entre caixa e equivalentes de caixa/dívida de curto prazo, alguns setores parecem apresentar mais riscos que outros, como o setor de educação”, alerta a XP.
Os especialistas afirmam que a maior parte dos setores possui dívidas com exposição ao Certificado de Depósitos Interbancários (CDI). No caso de propriedades comerciais, 84% da dívida das companhias seria vinculada ao CDI.
Com este cenário, como investir?
A XP adota uma postura defensiva em um ambiente macroeconômico mais desafiador, priorizando empresas com carrego sólido, proteção contra a inflação, receitas em dólar e baixa alavancagem. Os setores menos impactados, segundo a XP, são papel e celulose, além de óleo, gás e petroquímicos. Mas, considerando também os efeitos do ciclo de aperto e sua relação com a alavancagem, a XP destaca oportunidades a serem monitoradas em construção civil, varejo, papel e celulose.
Assim, a cesta de baixa alavancagem da XP é composta por Irani (BVMF:RANI3), Iguatemi (BVMF:IGTI11), Panvel (BVMF:PNVL3), Boa Safra Sementes (BVMF:SOJA3), Natura (BVMF:NTCO3), Plano & Plano (BVMF:PLPL3) e Vivara (BVMF:VIVA3).
No mercado de renda fixa, a XP prefere títulos atrelados à inflação de empresas com ratings elevados, baixa alavancagem e durantion mais curta, de prazo médio.