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Por Wen-Yee Lee e Faith Hung
TAIPÉ (Reuters) - A Foxconn previu nesta quinta-feira um aumento significativo na receita do terceiro trimestre, já que a maior fabricante de iPhone do mundo disse que, pela primeira vez, ganhou mais dinheiro com seu negócio de servidores de inteligência artificial do que com eletrônicos inteligentes no último trimestre.
A empresa disse que a receita vinda do servidor de inteligência artificial deve aumentar mais de 170% em relação ao ano anterior no próximo trimestre, embora também tenha alertado sobre a incerteza das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.
A maior fabricante de servidores para a Nvidia e também a maior produtora de iPhones para a Apple tem aproveitado o boom dos data centers, já que empresas de computação em nuvem como a Amazon, a Microsoft e o Google, da Alphabet, gastam bilhões de dólares para expandir sua infraestrutura de IA e capacidade de pesquisa.
Os produtos de nuvem e rede, que incluem servidores, foram responsáveis por 41% da receita da Foxconn no segundo trimestre, enquanto os produtos inteligentes para o consumidor representaram 35%, informou a empresa.
A contribuição do negócio de servidores para a receita deve crescer ainda mais no trimestre atual, já que a Foxconn espera um ligeiro declínio na receita de eletrônicos de consumo inteligentes. Alguns especialistas esperam que as vendas do iPhone diminuam depois de terem aumentado no trimestre de junho, antes da esperada imposição de tarifas pelos EUA.
"A IA tem sido o principal impulsionador do crescimento até agora este ano", disse Kathy Yang, presidente-executiva rotativa da Foxconn, em uma ligação com a mídia e analistas. Ela alertou, no entanto, que "é necessária muita atenção devido ao impacto das mudanças nas tarifas e nas taxas de câmbio".
A empresa disse nesta quinta-feira que seus gastos de capital aumentariam mais de 20% este ano, já que planeja aumentar a capacidade de produção de servidores em suas fábricas no Texas e em Wisconsin.
A incerteza do comércio global e, em especial, a disputa comercial entre os EUA e a China, podem prejudicar suas perspectivas para este ano, já que a empresa tem uma presença importante na fabricação na China, embora Washington e Pequim tenham prorrogado nesta semana uma trégua tarifária por mais 90 dias.
A maioria dos iPhones que a Foxconn fabrica para a Apple é montada na China, mas a maior parte dos que são vendidos nos EUA agora é produzida na Índia. A empresa também está construindo fábricas no México e no Texas para produzir servidores de IA para a Nvidia.
A empresa registrou lucro líquido para o período de abril a junho de 44,4 bilhões de dólares taiwaneses (US$1,48 bilhão), superior à estimativa de consenso de 38,8 bilhões de dólares taiwaneses compilada pela LSEG.
A Foxconn, formalmente Hon Hai Precision Industry, divulgou no mês passado uma receita recorde no segundo trimestre devido à forte demanda por produtos de IA, mas advertiu sobre os ventos contrários geopolíticos e cambiais.
As ações da empresa subiram 8,4% até agora neste ano, superando o ganho de 5,2% do índice mais amplo de Taiwan. Elas fecharam em alta de 0,5% nesta quinta-feira, antes da divulgação dos resultados.
(Reportagem de Wen-Yee Lee e Faith Hung; Reportagem adicional de Sam Nussey, em Tóquio)