Por Sudip Kar-Gupta e Naomi Tajitsu
PARIS/TÓQUIO (Reuters) - A indústria automobilística europeia foi alertada sobre mais perdas de empregos nesta sexta-feira, quando um ministro francês alertou que a Renault poderia desaparecer se não obtivesse ajuda em breve e uma reportagem japonesa disse que a parceira Nissan estava considerando 20 mil demissões, com muitos na Europa.
A Renault e a Nissan estão em uma aliança há duas décadas e devem anunciar uma atualização de estratégia na próxima quarta-feira.
O plano foi originalmente anunciado como um reajuste de seu relacionamento, que foi abalado pela prisão em novembro de 2018 no Japão do arquiteto da aliança e chefe de longa data Carlos Ghosn, por acusações de má conduta financeira, que ele nega.
No entanto, a atualização assumiu um significado maior desde que a pandemia de coronavírus atingiu a demanda por veículos e causou uma disrupção na produção.
O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, que está considerando um empréstimo de 5 bilhões de euros para ajudar a Renault na crise, alertou nesta sexta-feira que o futuro da empresa está em risco.
"Sim, a Renault pode desaparecer", disse ele à rádio Europe 1.
Le Maire disse que a fábrica francesa da Renault em Flins não deve fechar e que a empresa deve manter o máximo de empregos possível na França, mas também disse que a companhia precisa se adaptar e ser competitiva.
A Renault se recusou a comentar as declarações de Le Maire.
O jornal Kyodo, entretanto, disse que a Nissan pode cortar 20 mil empregos de sua força de trabalho global, principalmente na Europa e nos países em desenvolvimento.
Duas pessoas com conhecimento do assunto disseram à Reuters que o número de cortes não havia sido finalizado.
A Nissan se recusou a comentar.