PARIS (Reuters) - A França está elaborando legislação para simplificar a burocracia em torno de projetos de energia nuclear, e pretende iniciar a construção de seu primeiro reator de próxima geração, o EPR2, antes de maio de 2027, disse um funcionário do Ministério da Energia do país nesta terça-feira.
O presidente francês, Emmanuel Macron, colocou a energia nuclear no centro das iniciativas de seu país para atingir a neutralidade de carbono até 2050, com planos de construir pelo menos seis novos reatores, e seu governo quer reduzir os processos burocráticos envolvidos.
A frota nuclear da França está sob escrutínio, com uma onda de reparos em usinas de energia forçando um número recorde de desligamento de reatores e enviando a produção de energia nuclear para uma mínima dos últimos 30 anos, exacerbando a crise energética da Europa.
"O objetivo é que a parte processual e as autorizações durem menos de cinco anos e que as obras de construção do primeiro (reator) EPR2 comecem antes do final do mandato presidencial, antes de maio de 2027", disse o funcionário do ministério a jornalistas.
O governo estima que os seis novos reatores custarão 51,7 bilhões de euros.
O projeto de lei, que o governo quer redigir até o final de outubro, simplificará a burocracia e reduzirá o risco de múltiplas objeções legais.
O grupo de campanha anti-nuclear Greenpeace disse que a lei passará por cima dos processos de consulta pública.
A gigante da energia EDF (EPA:EDF) planeja construir os reatores em três locais existentes: dois em Penly, no departamento administrativo de Seine-Maritime, dois em Gravelines, no norte da França, e dois em Bugey, leste da França, ou Tricastin, no sul da França.
(Reportagem de Benjamin Mallet e Dominique Vidalon)