Paris, 30 jul (EFE).- O Governo francês calcula que o novo imposto cobrado de pessoas que recebem mais de 1 milhão de euros ao ano lhe permitirá arrecadar 45 milhões de jogadores de futebol, mas disse estar disposto a negociar soluções com os clubes para levar em conta as dificuldades econômicas de alguns deles.
Em entrevista publicada nesta terça-feira pelo jornal "L'Equipe", o ministro de Finanças do país, Pierre Moscovici, desmentiu as estimativas oferecidas pela organização do Campeonato Francês. De acordo com os dirigentes, os clubes teriam que abonar 80 milhões de euros, o que ameaçaria sua competitividade.
Moscovici justificou o princípio da polêmica taxa de 75% nas remunerações anuais que superem 1 milhão de euros, mas admitiu ajustes particulares para o futebol.
"Este imposto é um esforço que se pede por uma duração limitada - dois anos - a empresas que pagam salários extremamente grandes, em uma linha do esforço que todo mundo tem que fazer para a recuperação do país", argumentou o ministro.
"Há uma situação específica para os clubes de futebol, em relação com sua massa salarial e suas dificuldades econômicas. Portanto, é preciso para encontrar soluções", ponderou.
Moscovici disse também que ainda há tempo para buscar soluções para a situação do Monaco. A organização do campeonato nacional exige que o clube transfira sua sede para a França para deixar de se beneficiar das vantagens fiscais que tem em comparação aos concorrentes por estar radicado no principado.
"Não temos nenhuma intenção que a relação (entre Monaco e França) se rompa. Os investimentos do clube monegasco permitem que o campeonato tenha mais estrelas. Mas é preciso haver uma igualdade de tratamento", opinou o ministro, que falou também sobre a presença de investidores de outros países no futebol local. O Paris Saint-Germain pertence a um grupo do Catar, enquanto o Monaco é, desde dezembro de 2011, do magnata russo Dmitry Rybolovlev.
"A princípio, estamos muito abertos aos investimentos estrangeiros na França, que dão vitalidade ao futebol. Contudo, é preciso vigiar para que o modelo de negócio dos clubes seja suficientemente forte para resistir ao eventual desinteresse de tal investidor", ressaltou. EFE