Por Gwladys Fouche
OSLO (Reuters) - O fundo soberano da Noruega, que soma 1 trilhão de dólares, deve continuar a investir em empresas de petróleo e gás, recomendou nesta sexta-feira uma comissão nomeada pelo governo, contrariando uma sugestão anterior do banco central do país, o que impulsionou as ações de empresas do setor.
A decisão sobre retirar ou não ações de petroleiras do índice de referência do fundo e então desinvestir gradualmente ao longo do tempo dezenas de bilhões de dólares em papéis relacionados a petróleo e gás deverá ser tomada no outono do hemisfério norte.
As ações de companhias europeias de óleo e gás caíram em novembro do ano passado, quando o banco central da Noruega, gestor do fundo, anunciou uma proposta de cortar a exposição do fundo --e consequentemente do governo norueguês-- à flutuação dos preços do petróleo.
Nesta sexta-feira, as ações das petroleiras europeias, incluindo Shell e BP, subiram com a notícia sobre a nova recomendação da comissão.
"Para ter essa pequena proteção (contra a flutuação do preço do petróleo por meio da retirada de ações de energia) custaria muito para o fundo, uma vez que ele ficaria menos diversificado", disse à Reuters o chefe da comissão, Oeystein Thoegersen.
"Em segundo lugar, você precisaria mudar uma instituição que tem funcionado muito bem. Em terceiro, conforme os anos passam, nós temos cada vez menos e menos risco associado a petróleo", afirmou ele, referindo-se às reservas em declínio na Venezuela.
O fundo, maior fundo soberano do mundo, investe receitas da Noruega com a produção de petróleo e gás em ações, títulos e imóveis no exterior para gerar riqueza às futuras gerações.
As ações do setor de energia representam cerca de 4 por cento do valor do fundo, ou cerca de 315 bilhões de coroas (37 bilhões de dólares) ao final de 2017, segundo a comissão.
A ministra das Finanças, Siv Jensen, que apresentará a decisão do governo neste outono, não sinalizou nesta sexta-feira sobre qual decisão deve tomar. "Estou ansiosa para ler a avaliação (do comitê)", disse ela em um comunicado.