Por Carolina Mandl
SÃO PAULO (Reuters) - A seguradora e operadora hospitalar Hapvida (SA:HAPV3) anunciou nesta sexta-feira oferta para comprar a rival Notre Dame Intermédica (SA:GNDI3), num negocio envolvendo apenas ações e avaliado em 49 bilhões de reais.
Se bem sucedido, o negócio criará uma gigante da área de saúde, formando a maior rede de hospitais do Brasil. As empresas somadas têm 8,4 milhões de clientes de seguro saúde, abrangendo Norte e Nordeste do país, onde se concentra a Hapvida, e o Sul e Sudeste, onde a Intermédica atua, segundo documento revisado pela Reuters.
A entidade conjunta provavelmente será capaz de cortar custos, visto que hoje as companhias atendem os mesmos clientes corporativos, mas em diferentes partes do pais. Ao mesmo tempo, a falta de sobreposição geográfica deve reduzir as preocupações concorrenciais.
As empresas combinadas terão 70 hospitais após o negócio, mais do que a Rede D'Or, maior rede de hospitais do país atualmente, com 51 unidades.
A proposta prevê que os acionistas da Hapvida vão ficar com 53,1% da empresa combinada. O negócio avalia as ações da Intermédica em 79,86 reais, um prêmio aproximado de 11% sobre o preço de fechamento de quinta-feira, em um negócio de quase 49 bilhões de reais.
As ações da Intermédica subiram quase 27% na sexta-feira, avaliando a empresa em mais de 55 bilhões de reais, enquanto os papéis da Hapvida subiram 18%.
A Intermédica disse ter recebido a proposta e vai analisar os termos, "apesar de acreditar no potencial mercadológico da companhia, para continuar sendo autônoma e líder no segmento brasileiro da saúde".
A Hapvida é controlada pela família do seu presidente executivo, Jorge Pinheiro. A Intermédica tem a empresa de private equity Bain Capital como acionista minoritária, com uma participação de aproximadamente 11%.
BTG Pactual (SA:BPAC11) e Itaú Unibanco (SA:ITUB4) estão assessorando a Hapvida na operação, enquanto a Intermédica ainda não contratou assessores.