SÃO PAULO (Reuters) - O atual panorama permite à Gerdau (SA:GGBR4) elevar preços de aço no Brasil no primeiro trimestre, depois que a diferença de valores entre a liga importada e a nacional ficou próxima de zero em janeiro, afirmou nesta quarta-feira o presidente-executivo do grupo siderúrgico, Gustavo Werneck.
"Temos objetivo de recompor margens, já que existe uma tendência de subida de (custo de) matéria-prima. Com o crescimento de demanda na construção civil, existe ambiente bastante propício no primeiro trimestre para a gente implementar essa subida de preços e recompor margem", disse Werneck.
Ele não foi específico sobre o reajuste pretendido pela Gerdau, mas afirmou que desde janeiro a Gerdau tem "reposicionado" os preços no Brasil, de olho em elevar a diferença de valores entre material importado e nacional, conhecida como "prêmio" pelo setor.
"Queremos levar os prêmios para patamares mais equilibrados...para dois dígitos, acima de 10%", disse Werneck.
As ações da Gerdau, que estavam entre as principais quedas mais cedo, logo após a divulgação de queda de 74% no lucro líquido do quarto trimestre sobre um ano antes, reduziram a perda após os comentários de Werneck, caindo 1,3% às 13h20.
O presidente da Gerdau comentou ainda que espera uma recuperação de margens das operações de aços especiais da empresa nos Estados Unidos neste ano, após a divisão pressionar o resultado do grupo no quarto trimestre.
No Brasil, Werneck citou que a Gerdau espera que o movimento de recuperação do mercado imobiliário residencial continue nos próximos meses, fomentando a demanda por aços longos.
"Todos os indicadores mostram que a demanda se recuperou e vai continuar se recuperando nos próximos meses, não só em São Paulo, mas em outras regiões do país", disse o executivo.
(Por Alberto Alerigi Jr.)