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GetNinjas (NINJ3): “Excesso de capital é um problema”, destaca fundador e CEO

Publicado 09/22/2023, 01:14 PM
© GetNinjas
NINJ3
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Investing.com – O excesso de capital vem prejudicando as operações da Getninjas (BVMF:NINJ3), segundo o fundador e CEO da maior plataforma para contratação de serviços do Brasil. “Excesso de capital é um problema”, afirmou Eduardo L’Hotellier, que falou com exclusividade ao Investing.com Brasil, e destacou que operação de redução de capital sugerida pela empresa “é bem diferente de OPA de fechamento”.

O Conselho de Administração aprovou a proposta de redução do capital social da companhia, no valor de R$223,5 milhões, correspondente a R$4,40 por ação de emissão da empresa, por “considerá-lo excessivo”, levando à restituição em dinheiro aos acionistas”. A proposta ainda precisa ser aprovada em Assembleia. Caso seja concretizada "a companhia sai mais fortalecida próxima do breakeven em meados do ano que vem", reforça L’Hotellier.

A Getninjas abriu seu capital em maio de 2021 na B3 (BVMF:B3SA3), com preço por ação saindo a R$20.  Na abertura de capital na bolsa de valores brasileira (IPO, na sigla em inglês para initial public offering), foram captados R$482 milhões, sendo que R$321 milhões foram destinados ao caixa da empresa. Esses recursos, segundo ele, seriam direcionados para uma tese agressiva de investimento em marketing que não teria se mostrado satisfatória. Após um período de reavaliação de estratégia, foram cogitados M&As, mas os valuations estavam muito caros, em sua visão.

Em dois anos, os papéis da companhia desabaram 66%, ainda que estejam passando por um processo lento de recuperação, com elevação de 71,32% nos últimos doze meses. Nesta sexta, a alta é de 2,72% às 14h12 (de Brasília), a R$4,54.

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O pagamento dos recursos aos acionistas, caso a redução de capital for aprovada na Assembleia que ocorrerá no dia 23 de outubro de 2023, estará sujeito ao término do prazo de 60 dias, contados a partir da publicação da ata da Assembleia. A restituição será paga à vista, após o decurso do prazo, observados os procedimentos de liquidação estabelecidos pela B3 e pela instituição escrituradora das ações da Companhia, conforme o caso, informou a Getninjas.

Investing.com – A empresa anunciou que pretende restituir acionistas em proposta de redução de capital. Qual era o caixa ao final do último trimestre e qual a justificativa, não havia uma estratégia para direcionamento desse recurso?

Eduardo L’Hotellier – O caixa, até nossa última demonstração financeira, estava em R$270 milhões. A expectativa é de que a companhia continue gerando caixa até final desse trimestre e até o final do ano. Ao concluir essa operação, teremos aproximadamente R$60 milhões em caixa.

Essa operação é bem diferente de uma OPA de fechamento. O investidor pode ter a opção de receber seu caixa e vender o remanescente na bolsa ou receber seu caixa e comprar mais papéis da companhia. Então não é um fechamento de capital a R$4,40, a gente possibilita que o investidor faça o melhor uso do dinheiro dele.

E por que a gente não tem o uso para esse capital? A gente fez nosso IPO com uma tese muito agressiva de investimento em marketing e com uma renda de M&A. A tese superagressiva de investimento em marketing não se mostrou satisfatória. Quando a gente investia muito, o retorno caía, porque o mercado acabava ficando saturado.

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E a gente tentou em 2021, investimos significativamente mais, quase o dobro do que a gente investiu em 2022, e vimos que o retorno não era não estava satisfatório.

Então, percebemos que não vamos usar esse capital para fazer investimentos em marketing numa curta janela de tempo. A alternativa seria usar esse capital para adquirir empresas e acoplar ao nosso negócio. Esbarramos em um problema, pois logo após o IPO, os valuations privados estavam muito caros, então não fazia sentido comprar essas companhias.

Mais ou menos seis a oito meses depois do IPO, a companhia já começou a negociar abaixo do seu valor de caixa, abaixo do patrimônio líquido por ação. E isso implica que, quando faz M&A, com valor abaixo do seu valor de caixa, o acionista pode aceitar o M&A ou pedir seu dinheiro de volta. Se a empresa negocia a um valor menor do que caixa, todo mundo pede o dinheiro de volta na expectativa de comprar no dia seguinte e você tem uma teoria dos jogos que o M&A não sai. Isso aconteceu em outras empresas que tentaram fazer M&A quando elas negociavam abaixo do seu valor patrimonial e a operação não foi executada com sucesso. Então a gente aprendeu com esses casos. A companhia não fazia o M&A devido ao direito de recesso e então entendemos que essa operação seria a que que poderia dar maior retorno para o nosso acionista.

Inv.com – Após a abertura de capital em 2021, em meio a uma onda de IPOs de outras startups, as ações caíram de forma expressiva.  Em dois anos, o papel recuou mais de 60%. Isso está relacionado a esse movimento? Qual a mensagem para o investidor?

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Eduardo L’Hotellier – Sim, está relacionando, porque se a companhia estivesse negociando acima do seu valor patrimonial, poderíamos ter uma agenda de M&A sem disparar o direito de recesso das SAs. Então a companhia está negociando abaixo de R$5,30, que esse é o valor patrimonial por ação, o que impede esse recurso de ser usado dessa forma.

A companhia caiu porque teve uma depreciação de todos os investimentos de tecnologia e também porque a gente entregou menos crescimento do que a gente acreditava que ia entregar dois anos atrás. E gente entregou menos crescimento porque esses investimentos em marketing não foram efetivos e a gente, inclusive parou, parte desses investimentos em marketing em 2022. Não é só uma questão de preço, mas o preço é um pouco de causa e consequência. O preço ele é consequência de os investimentos de marketing não darem retorno. O preço causa o efeito de bloquear a agenda de M&A e o caixa fica parado.  Esse caixa parado rende em torno de 12%, mas a taxa de desconto do DCF do investidor para small cap é cerca de 25%. Então você sempre acaba sendo penalizado. E quanto mais caixa a gente tem, mais penalizado, quanto mais diferente o valor da empresa e o valor do caixa, mais esse gap aumenta.

Não é um movimento especulativo, é um movimento genuíno que a empresa está em excesso capital e a melhor forma de resolver é devolver para todo mundo igual conforme a sua participação da companhia. Quem tem a tese de que a companhia valia só o caixa leva o seu capital e quem tem a tese de que há um upside na companhia pode, caso queira, investir na empresa, sem nenhuma obrigatoriedade, sem nenhuma amarra.

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Inv.com – O que muda daqui para frente? Como ficam os serviços oferecidos?

Eduardo L’Hotellier – Não mudam. Desde agosto a gente fez uma redução do nosso time, antes a gente vinha fazendo investimento de marketing maior, estamos equilibrando. Em 2021 até meados de 2022, foi um período de investimento mais agressivo em marketing. No segundo semestre 2022, a gente já desacelerou bastante o investimento em marketing e também começou o ajuste. Fomos acelerando, pisando no freio e tivemos um freio maior.

Mas o serviço oferecido pela companhia continua o mesmo. A companhia resultante terá mais caixa que a companhia possuía antes, nos dez primeiros anos de vida, captou R$40 milhões, acertou, errou, teve suas vitórias, derrotas, seus méritos. Então, a companhia sai mais fortalecida próxima do breakeven em meados do ano que vem.

As conversas dos investidores eram sempre sobre o caixa, não conseguíamos contar a nossa história. Se a empresa tem um valor menor do que o caixa, o EV hoje era negativo, por conta desse desconto. Sem o caixa, a gente não sabe o quanto que ele é, não tem precificado. Então era uma distração esse caixa.

Estamos mais confiantes do que nunca no negócio, e se a operação for aprovada, vamos construir uma base acionária que está apoiando a companhia e que acredita no negócio. Então a gente consegue atrair investidores que acreditam mais na tese, conseguimos criar uma companhia mais alinhada. Obviamente, falta de dinheiro é o que mata a empresa, é horrível para companhia, mas também excesso de capital não é o melhor, porque provoca distrações e não gera otimização de geração de valor para o acionista.  É claro que o problema do excesso é menor do que o problema da falta, mas o excesso de capital é um problema e a maneira mais transparente de de resolver isso é fazendo a uma distribuição de capital.

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Inv.com – Qual é previsão para essa operação?

Eduardo L’Hotellier – Essa é uma operação que ela não é um dividendo. Em uma questão tributária é diferente, mas ela é semelhante e a um dividendo. O investidor recebe na corretora dele. A data de corte da operação é daqui a noventa dias. São trinta dias de aprovação e 60 dias na posição de credor e a companhia não tem dívida, então é só um tempo burocrático para isso. Então a data de corte é para quem tiver as ações daqui a noventa dias. Da aprovação em assembleia, mais sessenta.

Últimos comentários

A reducao de capital ira erodir todo capital de giro da empresa. O qual, hoje, gera mais contribuicao para o resultado, atraves da aplicacao no mercado financeiro, que o proprio negocio. Em 4 trimestres veremos um endividamento e posterior falencia. Os acionistas majoritarios sairao com os bolsos cheios e quem comprou acao a R$ 20,00 irao ao choro… infelizmente isto é Brasil… lamento pelos aconistas minoritarios .
Que decepção totall , como asim voce nao tem uso do recurso para investor na empresa ? Tentou algumas fezes e desistiu por nao ter resultado? Alguns ipo muito fracos de Management..
Ou seja: não acreditamos mais no nosso modelo de negócio e vamos retirar dinheiro antes que quebre.
MBLY3, SEQL3, CASH3, ESPA3, MOSI3, NINJ3, DOTZ3, AERI3 deve ter mais tranqueira que fez IPO na última leva, B3 tinha que ser responsabilizada por coparticipar em diversos esquemas de golpe.
Perfeito. Mas CVM é orgão politico e age como politicos... O que esperar de indicados por Bozo, Lula, Temer, Dilma e Cia.
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