(Reuters) - O Google, da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), contratou o ex-presidente Michel Temer para fazer uma mediação com os parlamentares que estão considerando uma proposta de regulamentação da internet, afirmou seu assessor nesta sexta-feira.
O Projeto de Lei 2630, também conhecido como PL das Fake News, colocaria a responsabilidade sobre empresas de internet, mecanismos de busca e serviços de mensagens para encontrar e denunciar material ilegal, aplicando multas pesadas caso não o façam.
O PL tem suscitado preocupações por parte das empresas de tecnologia, algumas das quais lançaram campanhas em suas plataformas para derrubá-lo.
Há quase dois meses, o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou uma investigação contra executivos do Telegram e do Google, que lideraram uma campanha criticando a regulamentação proposta.
A Folha de São Paulo noticiou primeiro a confirmação de que Temer tem atuado como "mediador" entre a empresa e os parlamentares há cerca de três semanas.
O assessor de Temer disse que o ex-presidente foi contratado pela empresa para mediar propostas legais e dialogar com o Congresso e a area jurídica brasileira.
Temer negou à Folha que tenha mantido conversas com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), mas, segundo o jornal, ele se reuniu com o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do PL, para discutir partes da legislação.
O STF deve julgar dois recursos que podem flexibilizar a legislação sobre a internet. A decisão estava agendada para junho, mas foi adiada, de acordo com a Folha.
Em comunicado, o Google disse que contrata agências e consultores especializados para "ajudar na mediação dos nossos esforços de diálogo com o poder público para podermos levar nossas contribuições a políticos e parlamentares, especialmente, em questões importantes e técnicas como a construção de novas legislações".
(Reportagem da Redação da Reuters)