👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Governo prevê no PAC R$1,9 bi para modernizar Angra 1 e estudos para concluir Angra 3

Publicado 11.08.2023, 16:36
Atualizado 11.08.2023, 16:40
© Reuters. Vista de usina em Angra dos Reis
1/08/2019
REUTERS/Lucas Landau
ELET3
-

Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) - O governo fará investimentos públicos para modernizar a usina nuclear Angra 1 e estudará a viabilidade de conclusão de Angra 3, segundo o novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) anunciado nesta sexta-feira.

Para a modernização de Angra 1, a primeira usina nuclear brasileira, que está perto de completar 40 anos em atividade, foram estimados 1,9 bilhão de reais em investimentos.

Já Angra 3 foi incluída no programa federal apesar de especulações que surgiram nas últimas semanas de que o projeto poderia não aparecer na lista.

Apesar disso, o status do empreendimento continua indefinido, uma vez que o governo segue avaliando a viabilidade econômica, técnica e socioambiental de finalizar as obras, em um projeto que poderia demandar 20 bilhões de reais.

Projetada com 1,4 gigawatt (GW) de potência, Angra 3 teve suas obras iniciadas na década de 1980, mas ao longo dos anos elas foram paralisadas e reiniciadas algumas vezes. Atualmente, o progresso físico total do empreendimento é de 65%.

"Angra 3 é um assunto extremamente sensível... É uma obra que tem que ser analisada do ponto de vista técnico de uma forma extremamente criteriosa, do ponto de vista socioeconômico também", afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a jornalistas após evento de apresentação do PAC.

Além do custo elevado do projeto, o governo também pesa na decisão de concluir a usina o valor da energia gerada, que seria mais cara que a proveniente de outras fontes.

Segundo estimativas apresentadas anteriormente pelo ministério, a tarifa média de energia da usina ficaria em torno de 700 reais por megawatt-hora (MWh), valor superior ao das tarifas de Angra 1 e 2 e também da energia contratada proveniente de outras fontes, como hídrica, eólica e solar.

"Precisamos ter segurança econômica de que a energia que Angra 3 vai fornecer... ela também vai ser econômica para o consumidor, porque quem paga a conta da energia é o consumidor", disse Silveira nesta sexta-feira.

O debate sobre a retomada do projeto ocorre ainda em um cenário de sobreoferta de energia no Brasil no curto e médio prazos, diante do desenvolvimento de vários grandes projetos de geração renovável e do crescimento da geração própria de energia ao mesmo tempo em que o consumo nacional de energia anda de lado.

Para Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento Atividades Nucleares (Abdan), a elevada tarifa projetada pelo governo embute custos que não estão associados à fonte nuclear, mas sim à dificuldade que o país teve de tirar a usina do papel nas últimas décadas.

"(A tarifa) é para pagar financiamento (da usina), mas também o custo Brasil, que não pertence à fonte. Essa obra foi paralisada inadvertidamente três vezes, passou por Lava Jato, não se pode querer imputar à fonte esse custo", disse Cunha.

Cerca de 7,8 bilhões de reais já foram aportados em Angra 3, e o custo estimado para abandonar completamente as obras é de cerca de 13,6 bilhões de reais, segundo estimativa do Ministério de Minas e Energia.

Cunha afirmou ainda que seria um desperdício gastar recursos bilionários para desmobilizar a obra, e que uma possível solução para reduzir a contratação de financiamento para Angra 3, baixando o custo total da obra, seria realizar um aumento de capital nas controladoras do projeto.

© Reuters. Vista de usina em Angra dos Reis
1/08/2019
REUTERS/Lucas Landau

"Imagina, nesse momento em que o Brasil precisa de dinheiro, gastar quase 14 bilhões para não ter coisa nenhuma."

Nesta semana, a Eletrobras (BVMF:ELET3), que é sócia da estatal Eletronuclear e mantém obrigações relacionadas a Angra 3, disse apostar na finalização da obra, mas indicou que fará uma avaliação de eventuais impactos para a companhia em um eventual cenário de desmobilização do projeto.

 

(Por Letícia Fucuchima)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.