SÃO PAULO (Reuters) - O grupo varejista Grupo Pão de Açúcar (SA:PCAR4) afirmou nesta quarta-feira que desconhece intenções de revisão de seus contratos de locação de lojas firmados com o Fundo de Investimento Imobiliário Península, da família do empresário Abilio Diniz.
Em comunicado ao mercado, o GPA afirma que uma eventual tentativa de questionamento dos contratos de aluguel representaria "prática de concorrência desleal, tendo em
vista as circunstâncias atuais".
Procurada, a Península não comentou de imediato eventual renegociação de contratos de 62 lojas alugadas ao GPA, que também não pôde se pronunciar além do comunicado enviado ao mercado.
Em abril, uma fonte com conhecimento do assunto afirmou à Reuters que Diniz estava negociando elevar sua participação de 5,07 por cento no Carrefour (PARIS:CARR), rival direto do GPA no Brasil. Segundo a fonte, o empresário tinha apoio dos principais acionistas do Carrefour para assumir uma cadeira no Conselho de Administração da segunda maior rede de varejo do mundo.
O empresário comprou em dezembro passado uma participação de 10 por cento na unidade brasileira do Carrefour, acertando uma opção para elevar esse percentual para até 16 por cento ao longo de cinco anos.
"Os contratos de locação são contratos de longo prazo, celebrados no âmbito da aquisição de participação
na companhia (GPA) pelo Grupo Casino em 2005", afirmou o grupo varejista no comunicado desta quarta-feira. "A companhia reitera sua confiança em que os contratos por ela celebrados serão observados por suas contrapartes."
As ações do GPA exibiam queda de 0,4 por cento nos primeiros negócios desta quarta-feira, enquanto o Ibovespa mostrava queda de 0,8 por cento.
(Por Alberto Alerigi Jr.)