Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, apoiado em perspectivas mais positivas para a atividade econômica brasileira e com noticiário corporativo também no radar, enquanto investidores aguardam reunião do Federal Reserve nesta semana.
Às 11:15, o Ibovespa subia 0,86%, a 130.553,70 pontos. O volume financeiro somava 6 bilhões de reais.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em baixa na última sexta-feira, tendo a primeira perda semanal desde meados de maio, em meio a movimentos de ajustes após renovar máximas históricas.
Nesta segunda-feira, o IBC-Br, considerado sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB) e calculado pelo Banco Central, mostrou que a atividade econômica brasileira voltou a registrar alta em abril, ainda que abaixo do esperado.
O indicador subiu 0,44% em abril na comparação com o mês anterior em dado dessazonalizado, abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de expansão de 0,55%. [BRIBC=ECI]
Na visão do estrategista-chefe do banco digital modalmais, Felipe Sichel, o índice indica a retomada mais rápida da economia após os impactos do recrudescimento da pandemia.
"Para frente, esperamos que a atividade econômica permaneça em alta com a recuperação da atividade industrial e dos serviços, em especial serviços às famílias e transporte aéreo", afirmou em comentário a clientes.
Em paralelo, reforçando as apostas positivas para a economia no país, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou no domingo a antecipação em 30 dias do calendário de vacinação contra Covid-19 no Estado.
Na cena externa, as atenções estão voltadas para a reunião do banco central norte-americano nesta semana, com desfecho previsto para a quarta-feira, principalmente as discussões do Fed relacionadas a uma redução nos estímulos monetários.
"A expectativa é que o banco central americano deverá manter a política expansionista, mas investidores globais irão ficar de olho na sua comunicação", afirmou a equipe da XP Investimentos.
DESTAQUES
- COGNA ON (SA:COGN3) valorizava-se 6,22%, em meio ao prognóstico mais positivo para reabertura e atividade econômica no país, o que beneficiava também empresas de shopping centers com MULTIPLAN ganhando 3,3%, e varejo, com B2W ON (SA:BTOW3) em alta de 4,71%. O setor de viagens também subia.
- BRF ON (SA:BRFS3) subia 2,13%, conforme segue sob os holofotes após recente aquisição acionária relevante pela Marfrig (SA:MRFG3). Blog do Valor Econômico citou plano envolvendo o BTG Pactual (SA:BPAC11) e a JBS (SA:JBSS3) para assumir o controle da BRF, com potencial fatiamento.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) avançava 1,61%, com a alta do petróleo e após anunciar que solicitou à BR Distribuidora (SA:BRDT3) cooperação para a implementação de uma oferta secundária visando a venda de sua participação restante na companhia, de 37,50%. BR ON mostrava acréscimo de 0,95%.
- BRASKEM PNA (SA:BRKM5) perdia 1,76%, na terceira queda seguida, após renovar máximas na semana passada, com a alta acumulada no mês acima de 12%.
- USIMINAS PNA (SA:USIM5) cedia 0,11%, em sessão de fraqueza no setor de mineração e siderurgia, tendo no radar anúncio de retomada do Alto Forno 2 da Usina de Ipatinga programada para esta segunda-feira. VALE ON (SA:VALE3) mostrava declínio de 0,62%.
- EDP (SA:ENBR3) BRASIL ON valorizava-se 1,72%. Eneva (SA:ENEV3) Votorantim Energia e AES Brasil estão entre os grupos interessados em três hidrelétricas da elétrica, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto nesta segunda-feira. ENEVA ON avançava 1,83%.