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Ibovespa ensaia melhora com ajuda de bancos, mas coronavírus continua no radar

Publicado 27.02.2020, 15:37
© Reuters.
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista ensaiava uma trégua nas fortes perdas em razão das preocupações com o novo coronavírus e o Ibovespa passava a operar no azul na tarde desta quinta-feira, apoiado principalmente na alta dos papéis de bancos, enquanto Ambev seguia entre as pressões de baixa, com queda de cerca de 7%.

Às 15:31, o Ibovespa subia 0,3%, a 106.030,6 pontos. Na mínima, mais cedo, caiu mais de 2%, para 103.222,72 pontos. Na máxima, chegou a 106.218,36 pontos. O volume financeiro do pregão somava 25,5 bilhões de reais.

A tentativa de recuperação vem após o Ibovespa recuar 7% na última quarta-feira, quando as ações brasileiras ajustaram-se a fortes perdas nos mercados globais no começo da semana, quando não houve negociação do Brasil em razão do Carnaval, em meio à disseminação do coronavírus para outros países além da China.

Em nota enviada a clientes, a equipe da gestora de recursos Safari Capital destacou que a volatilidade extrema dos últimos dias incomoda, mas que momentos de pânico no mercado também abrem oportunidades.

A reação na bolsa brasileira acompanhava a redução das perdas em Wall Street, onde o S&P 500 cedia cerca de 1%, após cair 3,5% no pior momento.

A rápida disseminação do novo coronavírus nesses últimos dias para vários países, incluindo Estados Unidos e Brasil, trouxe apreensão quanto a um efeito na atividade global ainda maior do que o estimado quando os casos estavam concentrados na China, onde o cenário sugere desaceleração no ritmo de contágio.

Até agora, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, 34 países já têm casos confirmados do novo coronavírus, chegando a 80.239, com uma letalidade de 3,4%. O Brasil confirmou na quarta-feira o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus em um paciente de São Paulo.

"Os mercados devem operar com muita volatilidade e nervosismo nos próximos dias", afirmou a equipe do BTG Pactual (SA:BPAC11) em nota a clientes.

Agentes financeiros também citaram aumento do risco político como fator adicional para a fraqueza da bolsa, com nova polêmica entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso, após ele compartilhar vídeo que convoca a população a participar de manifestações contra os parlamentares em meados de março.

"O temor é que possa haver algum impacto no calendário de aprovação das reformas", destacou a equipe da XP Investimentos.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN tinha acréscimo de 3,6% e BRADESCO PN (SA:BBDC4) subia 2,5%, puxando a recuperação do Ibovespa, com BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) em alta de 4,5%, SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) ganhando 0,7% e BTG PACTUAL UNI valorizando-se 0,9%.

- VALE ON (SA:VALE3) caía 0,3%, em meio ao cenário de menor crescimento global, que também derrubou os preços do minério de ferro na China nesta sessão.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e PETROBRAS ON (SA:PETR3) subiam 0,23% e 0,14%, respectivamente, também recuperando-se de perdas mais cedo, quando acompanharam o recuo dos preços do petróleo no exterior.

- IRB BRASIL ON (SA:IRBR3) avançava 6,8%, tendo no radar que a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, praticamente triplicou a fatia que detinha na resseguradora em fevereiro, de acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo

- AMBEV ON (SA:ABEV3) despencava 6,8%, tendo tocado mínima desde outubro de 2018 no pior momento, a 14,33 reais, após reportar queda no lucro operacional medido pelo Ebitda e em margens, bem como aumento nos custos, que espera que continue pesando no resultado do primeiro trimestre.

- GOL (SA:GOLL4) PN e AZUL PN (SA:AZUL4) caíam 2,7% e 0,6%, afetadas pelas preocupações sobre a demanda de viagens com o coronavírus se espalhando por destinos como Europa e Estados Unidos, bem como pela alta do dólar em relação ao real, para níveis recordes.

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