Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa ensaiava melhora nesta sexta-feira e passava a oscilar no azul, diante da melhora das ações de bancos privados e forte alta de Suzano, enquanto Vale ainda pressionava negativamente, após o tombo do minério de ferro na China.
Às 12:23, o Ibovespa subia 0,29 %, a 103.936,32 pontos. Na mínima, mais cedo, caiu quase 1%, abaixo de 103 mil pontos. O volume financeiro somava 6,2 bilhões de reais, caminhando para fechar a semana no azul. Na véspera, encerrou o pregão a 103.636,17 pontos, recorde de fechamento.
Após a comissão especial da reforma da Previdência aprovar na quinta-feira o texto-base do parecer do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), investidores agora aguardam os próximos passos da reforma da Previdência.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a reforma começará a ser analisada pelo plenário da Casa na próxima terça-feira. E em entrevista à rádio Jovem Pan afirmou acreditar que será votada antes do recesso.
Para o estrategista Felipe Sichel, do modalmais, os números do mercado de trabalho dos Estados Unidos corroboraram as vendas na bolsa brasileira mais cedo, uma vez que reduzem as expectativas de uma ação mais 'dovish' pelo Federal Reserve.
Nos EUA, o relatório de emprego do Departamento do Trabalho mostrou a criação de 224 mil novos postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, o maior número em cinco meses e acima do esperado.
"O cenário base ainda é de corte, mas talvez não um ciclo tão extenso/profundo quanto o mercado acredita", afirmou Sichel.
Em Wall Street, na volta do feriado, o S&P 500 cedia 0,7%.
DESTAQUES
- VALE caía 2,9%, na esteira da forte queda dos preços do minério de ferro na China, enquanto agentes também continuam analisando potenciais mudanças na legislação envolvendo o setor de mineração. CSN também sofria com a queda nos preços da commodities e recuava 2,25%.
- BANCO DO BRASIL perdia 0,2%, pior desempenho entre os bancos listados no Ibovespa, após fechar na máxima história na véspera, a 55,18 reais, mas BRADESCO PN, que também renovou cotação recorde na véspera, valorizava-se 1,1%, em linha com desempenho da ação do ITAÚ UNIBANCO PN, endossando a melhora no pregão.
- SUZANO valorizava-se 3,8%, no terceiro pregão consecutivo de alta, embora analistas continuem exergando um cenário desfavorável para o setor de celulose no curto prazo. No ano, as ações figuram no pequeno grupo do Ibovespa com que acumulam queda, com declínio de cerca de 12%.
- GOL valorizava-se 5,7%, com dados de tráfego também no radar, além de expectativas relacionadas a desdobramentos da recuperação judicial da Avianca Brasil. AZUL, que também divulgou números sobre demanda e oferta, reverteu queda vista mais cedo e subia 2,1%
- PETROBRAS PN subia 0,6% e PETROBRAS ON avançava 0,13%, também melhorando na esteira da alta dos preços do petróleo Brent. A companhia também começou a divulgação a investidores do processo de venda de suas participações em campos de produção na Bacia do Espírito Santo.