Ibovespa fecha em alta com ajuda de Petrobras e MP do governo sob holofote

Publicado 12.06.2025, 18:11
Atualizado 12.06.2025, 18:15
© Reuters. Sede da B3n09/03/2021nREUTERS/Amanda Perobelli

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, com Petrobras novamente entre os principais suportes, em pregão também marcado pela repercussão de medida provisória com ajustes tributários e novo decreto envolvendo alíquotas do IOF.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,49%, a 137.799,74 pontos. Na mínima do dia, marcou 136.175,43 pontos. Na máxima, 137.931,05 pontos. O volume financeiro somou R$18,6 bilhões.

O governo publicou na noite de quarta-feira decreto calibrando para baixo parte dos aumentos do IOF e, em contrapartida, uma MP que ajusta a tributação a instituições financeiras e altera o IR de aplicações financeiras, entre outros pontos.

A previsão do governo com a MP é um ganho de arrecadação de R$10,5 bilhões neste ano e R$20,9 bilhões em 2026.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), porém, reiterou que o texto não terá tramitação fácil. "O clima na Câmara não é favorável para o aumento de impostos com objetivo arrecadatório para resolver nossos problemas fiscais", afirmou.

Na visão do analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, apesar da alta, o clima no mercado ainda é de bastante cautela.

Ele afirmou que os investidores continuaram digerindo o pacote de medidas anunciado pelo governo, incluindo nova tributação sobre investimentos e criptoativos, além do aumento de impostos para instituições financeiras.

"Isso trouxe volatilidade", observou o analista, acrescentando ainda que a reação do Congresso, com sinais contrários ao aumento de impostos e à mudança no IOF, adiciona mais incerteza sobre a viabilidade do plano fiscal.

"No geral, o mercado está meio travado, à espera de mais clareza do lado fiscal e político", acrescentou.

No exterior, Wall Street fechou no azul, mas com variações modestas. O S&P 500 subiu 0,38%, com uma forte previsão de receita anual da Oracle (NYSE:ORCL) contrabalançando preocupações com tensões no Oriente Médio e uma queda nas ações da Boeing (NYSE:BA).

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançou 2,25% e PETROBRAS ON (SA:PETR3) subiu 2,76%, apesar da fraqueza do petróleo no exterior, que afetava o setor. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou mais cedo que, para alcançar a meta fiscal deste ano, o governo conta também com pagamentos extraordinários de estatais. No setor, BRAVA ON recuperou-se e fechou em alta de 0,44%, enquanto PRIO ON (BVMF:PRIO3) terminou com variação negativa de 0,21% e PETRORECONCAVO ON perdeu 0,53%.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) valorizou-se 0,77%, em pregão misto para bancos, com agentes calculando os potenciais efeitos no setor com as mudanças em alíquotas da CSLL, tributação sobre ganhos com títulos atualmente isentos e mudança no imposto de aplicações financeiras. BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) ganhou 0,98% e BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) subiu 0,09%, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) caiu 0,86%. BTG PACTUAL UNIT encerrou com elevação de 2,56%.

- B3 ON (BVMF:B3SA3) caiu 1,96%, em meio a estimativas sobre o potencial efeito negativo no resultado da empresa de infraestrutura de mercado financeiro da MP 1.303, que entre outras mudanças altera alíquotas de CSLL a partir de 2026. O Itaú BBA estima um efeito negativo de 6% a 8% no lucro. XP (BVMF:XPBR31) INC, listada em Nova York, perdeu 4,32%, também tendo no radar a MP. O Itaú BBA calcula efeito negativo de cerca de 8% a 10% no lucro da XP com as mudanças. Já o UBS BB vê entre 2% e 7%.

- VALE ON (BVMF:VALE3) recuou 0,66%, acompanhando os futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas em queda de 0,21%, a 704 iuanes (US$98,05) a tonelada.

- MARCOPOLO PN (SA:POMO4) avançou 2,84%, retomando o sinal positivo após o ajuste da véspera, que ocorreu depois de três altas seguidas. Analistas do BTG Pactual (BVMF:BPAC11), que tem recomendação de compra para as ações, afirmaram em relatório que a melhora dos resultados do segundo trimestre deva sustentar as ações, enquanto um novo leilão do Caminho da Escola provavelmente será o próximo grande evento para o papel.

- MRV&CO ON (BVMF:MRVE3) recuou 4,68%, após quatro altas seguidas, período em que acumulou um ganho de 4,9%. O índice do setor imobiliário, que além de construtoras inclui empresas de shopping centers, cedeu 0,26%.

- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) subiu 4,29%, em meio a expectativas positivas para Paris Air Show, evento da indústria da aviação que começa no próximo dia 16, na França. Novos pedidos costumam ser anunciados no evento.

- BRF ON (BVMF:BRFS3) caiu 3,14% em sessão de ajustes, após ganhos desde o começo do mês. Até a véspera, BRF subia 5,2% em junho. No setor, MARFRIG ON (BVMF:MRFG3) recuou 1,17% e MINERVA ON (BVMF:BEEF3) subiu 0,2%. A JBS (BVMF:JBSS3) adiou a data de estreia de suas ações na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) da quinta para a sexta-feira, após não conseguir concluir certos procedimentos operacionais antes do prazo inicialmente previsto.

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