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Ibovespa fecha em alta de 2% com PIB acima do previsto e exterior favorável

Publicado 01.06.2023, 17:05
Atualizado 01.06.2023, 17:25
© Reuters. Bolsa de Valores B3
28/10/2021
REUTERS/Amanda Perobelli
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, após dados mostrando que a economia brasileira cresceu mais do que o esperado no primeiro trimestre, em pregão endossado pelo clima favorável a ativos de risco no exterior, com ganhos em Wall Street e avanço de commodities como petróleo e minério de ferro.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,06%, a 110.564,66 pontos, quebrando a série de três quedas. O volume financeiro somou 30 bilhões de reais.

O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 1,9% no primeiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, mostrou o IBGE mais cedo, acima da expectativa de um avanço de 1,3%.Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, houve expansão de 4,0%, ante expectativa de alta de 3,0%.

Economistas destacaram o fato de o PIB ter crescido impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, enquanto vários, entre eles os do Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4), esperam desaceleração da atividade econômica ao longo dos próximos trimestres, com crescimento ligeiramente positivo.

Em razão de o dado ter ficado acima do esperado, bem como de revisões na série, muitos prometeram aumentar ou já elevaram suas projeções para 2023. Entre eles, o chefe de economia para Brasil e de estratégia para América Latina do Bank of America (NYSE:BAC), David Beker, disse que agora espera uma expansão de 2,3%.

O movimento contido na curva de juros, apesar do PIB, corroborou as compras, principalmente de ações de empresas sensíveis à economia doméstica, que já vinham ganhando fôlego em maio após dados de inflação recentes e o avanço do arcabouço fiscal alimentarem expectativas de queda mais cedo da Selic.

"O mercado está cada vez mais precificando que uma queda é factível no segundo semestre", afirmou o economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti. Por ora, prevalecem as apostas de que a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, comece a cair em setembro. Alguns, mais otimistas, já consideram agosto.

Bertotti ressaltou que fatores domésticos, notadamente o comportamento dos preços e as perspectivas de inflação, bem como o andamento do arcabouço fiscal, fizeram bastante preço na bolsa paulista em maio e esse movimento deve continuar em junho, enquanto o cenário externo ainda inspira cautela.

Nesta sessão, porém, ele ressaltou que o ambiente global corroborou o viés ascendente no mercado brasileiro, com alta de commodities, dado o peso de papéis como Vale e Petrobras no Ibovespa, além de um alívio com notícias dos Estados Unidos e mesmo dados melhores sobre a China.

Nos EUA, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei para suspender o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares na noite de quarta-feira, com o Senado sinalizando que busca uma aprovação rápida da proposta, que precisa ser sancionada até 5 de junho a fim de evitar um calote catastrófico.

Além disso, números da indústria norte-americana, bem como do mercado de trabalho dos EUA, alimentaram expectativas de que o Federal Reserve pode adotar uma pausa no ciclo de aperto monetário. Na sexta-feira, as atenções estarão voltadas para novos números de emprego, que ajudarão a calibrar as apostas.

Destaques

- B3 ON (BVMF:B3SA3) fechou em alta de 7,36%, a 14,3 reais. Analistas do Citi estimaram que a operadora da bolsa paulista encerrou maio com um volume financeiro médio diário de 26,7 bilhões de reais no mercado de ações à vista, o que representa uma alta de 8% ante abril e deve ter sido o maior do ano, assim como o giro de mercado, que eles estimaram que subiu para 164%.

- VALE ON (BVMF:VALE3) avançou 2,12%, a 65,16 reais, endossada pelo alta dos contratos futuros do minério de ferro na China, com o vencimento mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrando as negociações diurnas com elevação de 5,77%. A Vale também anunciou, juntamente com a BHP, acordo para uma reestruturação de dívida da Samarco.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) subiu 3,22%, a 26,96 reais, favorecida pelo avanço dos preços do petróleo no exterior, com o contrato Brent fechando em alta de 2,31%, a 74,28 dólares o barril. A companhia também disse que decidiu que aportará em projetos de baixo carbono entre 6% e 15% do investimento total de seu Plano Estratégico 2024-2028, que está em elaboração e será publicado no fim deste ano.

- ITAÚ UNIBANCO ON avançou 1,46%, a 26,7 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subiu 1,74%, a 15,78 reais, também acompanhando a onda compradora.

- LOCAWEB ON (BVMF:LWSA3) saltou 11,88%, a 8,57 reais, retomando o viés de alta que marcou maio, após três quedas seguidas, com um PIB mais forte do que o esperado, enquanto a curva de juros ficou "comportada" no dia.

© Reuters. Bolsa de Valores B3
28/10/2021
REUTERS/Amanda Perobelli

- AZUL PN (BVMF:AZUL4) e GOL (BVMF:GOLL4) PN avançaram 5,93%, a 17,85 reais, e 5,77%, a 8,8 reais, respectivamente, se beneficiando das perspectivas mais favoráveis para a economia, além de redução nos preços do querosene de aviação. No setor de viagens, CVC BRASIL ON (BVMF:CVCB3) encerrou com elevação de 7,4%.

- MRV ON (BVMF:MRVE3) valorizou-se 6,15%, a 10,7 reais, em dia positivo para construtoras. O índice do setor imobiliário, que também inclui papéis de shopping centers, subiu 1,66%. ALIANSCE ON (BVMF:ALSO3) avançou 3,74%, com o JPMorgan (NYSE:JPM) colocando o papel como sua "top pick" do setor.

- ENERGISA UNIT (BVMF:ENGI11) caiu 3,27%, a 42,6 reais, em sessão negativa para empresas de energia elétrica, com CPFL (BVMF:CPFE3) ENERGIA ON perdendo 1,32% e EQUATORIAL ON (BVMF:EQTL3) recuando 0,71%, enquanto ELETROBRAS ON (BVMF:ELET3) reverteu as perdas para fechar em alta de 0,85%. O índice do setor encerrou com variação positiva de 0,08%.

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