Ibovespa fecha em queda com inflação dos EUA no radar em dia de vencimentos

Publicado 12.02.2025, 18:06
Atualizado 12.02.2025, 18:50
© Reuters. Painel da B3n05/08/2024nREUTERS/Carla Carniel

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, com dados sobre os preços ao consumidor nos Estados Unidos endossando realização de lucros na bolsa paulista, enquanto Carrefour Brasil voltou a ser destaque positivo, ainda sob efeito do plano do controlador francês de fechar o capital do varejista brasileiro.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 1,69%, a 124.380,21 pontos, após duas altas seguidas. Na máxima do dia, marcou 126.512,74 pontos. Na mínima, registrou 124.115,91 pontos.

O volume financeiro somou R$55,7 bilhões, em pregão também marcado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro.

Nos EUA, o Departamento do Trabalho informou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,5% no mês passado, depois de alta de 0,4% em dezembro. Em 12 meses, avançou 3,0%, de 2,9% em dezembro. Economistas consultados pela Reuters previam altas de 0,3% e 2,9%, respectivamente.

Em Nova York, a sessão terminou com os principais índices acionários norte-americanos com variações modestas e sem uma direção única, e com alta nos rendimentos dos Treasuries.

Os números do CPI, na visão de economistas do Bradesco chefiados por Fernando Honorato, reforçam "a narrativa mais dura do Federal Reserve e sua postura de 'wait and see' (esperar para ver), especialmente com as incertezas quanto às políticas da nova administração", conforme relatório a clientes.

Para os economistas Bernardo Dutra e Nathan Teixeira, do Itaú (BVMF:ITUB4), o CPI mais forte é consistente com a perspectiva de postura mais cautelosa por parte do Fed, reforçando a previsão do banco brasileiro de nenhum corte de juros este ano e adicionando um risco incipiente de um possível aumento da taxa.

De volta ao Congresso norte-americano, nesta quarta-feira, o chair do Fed, Jerome Powell, disse em um comitê da Câmara dos Deputados que o CPI destaca a tarefa inacabada de levar a inflação de volta à meta. Na véspera, ele já havia dito a um comitê no Senado que não há pressa em cortar os juros.

"Fizemos um grande progresso... mas ainda não chegamos lá" disse Powell. "Queremos manter a política monetária restritiva por enquanto", acrescentou, em referência aos planos do Fed de manter sua taxa de juros de referência até que esteja claro que a inflação cairá para a meta de 2% do banco central.

Investidores da bolsa paulista também analisaram a mais recente revisão trimestral do MSCI Global Standard Index, publicada na véspera pela provedora de índices, que excluiu seis ações brasileiras do portfólio - que entra em vigor no fechamento de 28 de fevereiro.

Da pauta macro local, o IBGE divulgou que, em dezembro, o volume de serviços recuou 0,5% na comparação com novembro e cresceu 2,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Expectativas em pesquisa da Reuters apontavam avanços de 0,1% na comparação mensal e de 3,5% na base anual.

Estrategistas do Bank of America (NYSE:BAC) reiteraram recomendação "overweight" para ações brasileiras em seu portfólio para a América Latina, citando "falta de alternativas" na região. México permaneceu com "marketweight", enquanto Argentina é vista como um dos países que pode ter o maior número de catalisadores.

No Brasil, conforme relatório a clientes, a equipe do BofA afirmou preferir papéis de empresas com risco de lucro limitado que podem lidar com um ambiente de altas taxas: bancos selecionados, seguradoras, empresas de proteínas, construtoras com foco na baixa renda e produtoras de matérias-primas globais.

DESTAQUES

- HAPVIDA ON (BVMF:HAPV3) recuou 7,17%, em meio a ajustes após subir por três sessões seguidas, período em que acumulou valorização de 10,6%. Apenas na véspera, a ação da empresa de saúde saltou mais de 7%. O MSCI também excluiu o papel da companhia de seu Global Standard Index na mais recente revisão trimestral, que entra em vigor no final do mês.

- VIVARA ON cedeu 5,54%, ampliando as perdas da véspera, em meio a preocupações sobre a rotatividade na gestão e potenciais impactos na estratégia de crescimento da rede de joalherias após anúncio da saída do diretor de marketing, sem um substituto imediato. Na terça-feira, o papel encerrou em queda de 2%, mas chegou a perder mais de 4% no pior momento do pregão.

- BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) caiu 4,56%, com relatório do Goldman Sachs (NYSE:GS) cortando a recomendação da ação para venda e reduzindo o preço-alvo de R$14 para R$11,40. SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11), que teve a classificação elevada para neutra e o preço aumentado de R$25 para R$28, cedeu 0,61%. ITAÚ PN perdeu 2,77% e BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) recuou 1,64%.

- CARREFOUR BRASIL ON (BVMF:CRFB3) subiu 2,68%, com agentes ainda analisando os planos do controlador, o grupo francês Carrefour, de tornar o varejista brasileiro uma subsidiária integral e deslistar as ações da empresa da B3 (BVMF:B3SA3). Mais cedo, as empresas anunciaram um acordo de incorporação de ações.

- TIM (BVMF:TIMS3) BRASIL ON avançou 2,19%, mantendo o viés positivo da véspera, quando reagiu ao resultado do quarto trimestre do ano passado, bem como previsões, incluindo sobre dividendos para o período de 2025 a 2027. No meio do pregão, a operadora de telecomunicações também anunciou que seu conselho aprovou programa de recompra de ações de até R$1 bilhão.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) fechou negociada em baixa de 1,49%, acompanhando a fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent terminou com declínio de 2,36%.

- VALE ON (BVMF:VALE3) perdeu 0,67%, mesmo com a alta dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian subiu 0,91%. Na sexta-feira, a Vale apresentará o projeto "Novo Carajás", que prevê investimento de R$70 bilhões na expansão da mineração de ferro e cobre no complexo localizado no município de Parauapebas (PA), em evento com participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo nota do Palácio do Planalto.

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