Ibovespa fecha em queda com receio fiscal e sem novos catalisadores

Publicado 02.10.2025, 17:07
Atualizado 02.10.2025, 17:42
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, em um dia de forte correção na bolsa paulista, sem novos catalisadores positivos e com noticiário percebido por agentes como desfavorável para o cenário fiscal brasileiro.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 1,08%, a 143.949,64 pontos, chegando a 143.635,05 pontos no pior momento. Na máxima, nos primeiros negócios, marcou 145.620,6 pontos.

O volume financeiro somou R$19,5 bilhões.

Em setembro, o Ibovespa acumulou alta de 3,4%, ampliando o ganho no ano para 21,58%. No mês passado, também ultrapassou os 147 mil pontos pela primeira vez, embora nunca tenha conseguido fechar acima deste patamar.

"O movimento do ativos esse ano foi bem positivo, sem notícias novas, sem fôlego adicional", afirmou o gestor de uma empresa de previdência complementar, enxergando também um pouco de ajuste a perspectivas eleitorais e fiscais.

Ele destacou a aprovação pela Câmara dos Deputados na noite da véspera do projeto que amplia a faixa salarial com isenção de Imposto de Renda, mas também notícias sobre um possível plano federal para a gratuidade da passagem de ônibus.

"Ao mesmo tempo em que favorecem Lula em uma eventual eleição em 2026, esses tipos de medidas trazem preocupações em relação ao (quadro) fiscal", avaliou o gestor. "O mercado acaba ajustando um pouco o otimismo", acrescentou.

A queda na B3 destoou do tom em Wall Street, onde o S&P 500 fechou quase estável, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos registrava 4,0865% no final do dia, de 4,106% na véspera.

DESTAQUES

- AMBIPAR ON, que não está no Ibovespa, desabou 61,48%, aprofundando as perdas do papel, amplificadas após a companhia pedir e obter proteção contra credores, com analistas preocupados com "fragilidades na governança e na solidez do balanço patrimonial". Desde que conseguiu a primeira medida cautelar que, entre outras medidas de proteção, suspendeu efeitos de cláusulas contratuais que acionariam a aceleração de dívidas do grupo, a ação já acumula um tombo de 72,2%.

- EMBRAER ON caiu 5,82%, após duas altas seguidas, sucumbindo a ajustes, mas com valorização de quase 35% ainda no ano. Após o fechamento, a companhia divulgou que entregou 62 aeronaves no terceiro trimestre, sendo 20 jatos comerciais, 41 executivos e 1 de defesa.

- VALE ON fechou em alta de 0,67%, em pregão sem o referencial do mercado chinês por feriado na segunda maior economia do mundo. No setor, o destaque ficou para GERDAU PN, que subiu 1,24%, com agentes ainda repercutindo evento do grupo na véspera, quando também anunciou corte na previsão para investimentos em 2026, entre outras perspectivas. CSN ON desvalorizou-se 0,61% e USIMINAS PNA encerrou a sessão com declínio de 0,46%.

- BRADESCO PN caiu 1,63%, em sessão bastante negativa para bancos do Ibovespa, com ITAÚ UNIBANCO PN cedendo 1,1%, BANCO DO BRASIL ON recuando 0,78% e SANTANDER BRASIL UNIT registrando variação negativa de 0,21%. O índice do setor financeiro perdeu 1,26%, pressionado ainda por BTG PACTUAL UNIT, que terminou em baixa de 1,21%, e B3 ON, que caiu 1,91%.

- PETROBRAS PN recuou 0,96%, em mais uma sessão de fraqueza do petróleo no exterior, onde o barril sob o contrato Brent (LCOc1) terminou a US$64,11, em queda de 1,9%.

- GPA ON (SA:PCAR3) tombou 6,92%, com papéis sensíveis a juros pressionados no pregão diante da alta das taxas dos contratos de DI. Também na ponta negativa desse grupo AZZAS 2154 caiu 5,14%, COGNA ON perdeu 4,53% e MAGAZINE LUIZA ON fechou em baixa de 4,58%. O índice de consumo da B3 cedeu 1,59%.

- MARCOPOLO PN avançou 1,65%, em dia de recuperação após seis quedas seguidas, período em que acumulou uma perda de mais de 9%. WEG ON subiu 0,95%, também em dia de recuperação, após cair mais de 2% na véspera.

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