Ibovespa fecha em leve baixa com mercado resiliente frente a dados de inflação

Publicado 11.01.2024, 18:25
Atualizado 11.01.2024, 19:00
© Reuters. Painel na B3
28/10/2021
REUTERS/Amanda Perobelli

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em leve baixa nesta quinta-feira, depois de um pregão volátil no qual chegou a perder os 130 mil pontos no pior momento, com o bom desempenho de papéis ligados a commodities limitando queda mais acentuada, após dados de inflação acima das expectativas no Brasil e nos Estados Unidos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,15 %, a 130.648,75 pontos. Na máxima do dia, chegou a 131.307,69 pontos. Na mínima, a 129.897,76 pontos.

O volume financeiro somou 20,4 bilhões de reais.

O índice da bolsa paulista teve pouca oscilação na abertura até a divulgação, às 10h30, dos relatórios inflacionários norte-americanos, quando passou para terreno negativo, operando com volatilidade desde então.

Entre os suportes de alta, estiveram as ações de empresas ligadas a commodities, como Eletrobras, Vale e Petrobras, em meio a uma recuperação nos preços do minério de ferro e alta do petróleo.

Em Wall Street, os índices acionários fecharam perto da estabilidade, após lutarem por uma direção ao longo do pregão, com a leitura do índice de preços ao consumidor dos EUA (CPI) de dezembro reduzindo as esperanças de cortes antecipados na taxa de juros pelo Federal Reserve este ano, enquanto um recuo nos rendimentos dos Treasuries limitou as perdas.

"A leitura é de que os dados de inflação lá fora vieram acima, elevando as preocupações dos investidores quanto ao início do corte de juros pelo Fed", afirmou o analista-chefe da Levante Corp, Eduardo Rahal.

Na cena doméstica, agentes financeiros avaliaram o IPCA de dezembro, que também veio acima da expectativa. Para Rahal, mesmo com a aceleração do indicador, a interpretação é de que o processo desinflacionário continua.

As taxas dos DIs no Brasil fecharam em queda, apesar do IPCA e do CPI, com a curva de juros brasileira ainda refletindo a perspectiva de que o Banco Central seguirá com o ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual da taxa básica Selic.

"O mercado está muito resiliente", disse o superintendente de research da Ágora Investimentos, José Francisco Ferreira, destacando que os dados de inflação divulgados nesta quinta-feira poderiam ter levado a um movimento maior de aversão ao risco, o que não ocorreu.

"O que dá a entender é que o investidor está com uma visão de médio e longo prazo positiva para a bolsa brasileira."

DESTAQUES

- VALE ON (BVMF:VALE3) subiu 0,53%, a 72,61 reais, seguindo a recuperação dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações diurnas estável em 976,5 iuanes (136,42 dólares) a tonelada, depois de atingir uma mínima de três semanas em 952,5 iuanes no início da sessão.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançou 0,85%, a 38,07 reais e PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) avançou 1,02%, a 39,43 reais, após queda na véspera, em dia de elevação nos preços do petróleo no exterior, após o Irã apreender um navio petroleiro na costa de Omã, aumentando a perspectiva de uma escalada do conflito no Oriente Médio. O Brent subiu 0,8%, a 77,41 dólares por barril. No setor, PRIO ON valorizou-se 2,59%, a 45,50 reais, liderando as altas percentuais do Ibovespa.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) fechou em alta de 0,18%, a 33,35 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) caiu 0,50%, a 15,94 reais. Ainda no setor bancário, BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) ganhou 0,68%, a 54,80 reais.

- ELETROBRAS ON (BVMF:ELET3) fechou em alta de 1,05%, a 43,21 reais, antes de a companhia elétrica informar, após fechamento do mercado, que seus acionistas aprovaram em assembleia geral extraordinária (AGE) a incorporação da subsidiária Furnas.

- SABESP ON (BVMF:SBSP3) avançou 2,45%, a 76,59 reais. De pano de fundo, analistas do JP Morgan disseram em relatório a clientes que potenciais mudanças regulatórias na companhia antes da privatização podem ser positivas e resultar em um múltiplo EV/RAB de 1,3 vez em 2024, ante cenário base do banco de 1,1 vez para uma Sabesp privatizada.

- MRV ON (BVMF:MRVE3) fechou em queda de 11,78%, a 8,39 reais, em meio a especulações sobre divulgação de dados operacionais da construtora, conforme nota da Ativa Research. O grupo divulgou, após fechamento do mercado, que seu segmento de incorporação registrou fluxo de caixa positivo no quarto trimestre do ano passado. O Imob, índice que mede o desempenho médio das empresas do setor imobiliário listadas na B3 (BVMF:B3SA3), recuou 1,33%.

- GPA (BVMF:PCAR3) ON recuou 2,65%, a 3,67 reais. O grupo varejista conduziu nesta quinta-feira assembleia geral extraordinária, mas não teve quórum suficiente para decidir sobre aumento do limite de capital visando uma potencial oferta de ações, conforme ata da reunião. No setor de varejo de alimentos, ASSAÍ ON ganhou 2,14%, a 13,87 reais.

- CCR ON (BVMF:CCRO3) desvalorizou-se 0,80%, a 13,71 reais. A empresa informou na véspera que registrou em dezembro crescimento de 6,4% no tráfego de veículos pelas rodovias que administra na comparação com o mesmo mês de 2022 e expansão de 4,7% no acumulado de 2023.

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