Investing.com - A reunião de política monetária do Federal Reserve e o julgamento do encaminhamento da denúncia contra Michel Temer no STF deverá atrair as atenções do investidor hoje, em dia misto nas bolsas internacionais e nas commodities.
O Ibovespa Futuros opera em alta de 0,3% e indica mais uma abertura positiva para o Ibovespa, que ontem tentou realizar, mas segurou e fechou com leve perda de 0,02% a 75.974 pontos.
O STF decidirá hoje o destino da denúncia de Michel Temer apresentada nos últimos dias de mandato do ex-procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Enquanto a Constituição determina o envio imediato para Câmara avaliar a conveniência do prosseguimento da denúncia, a defesa do presidente pediu para que a corte paralise a tramitação enquanto não for definida a revisão da delação dos executivos da J&F.
Entre as possibilidades que estão à mesa, a que teria mais impacto positivo no mercado no curto prazo seria o reenvio do material à PGR, para que possa ser analisado pela nova procuradora, Raquel Dodge. O movimento atrasaria a denúncia e o mercado deverá entender como uma porta aberta ao governo para aprovar medidas econômicas, como uma versão desidratada da reforma da Previdência. Essa alternativa foi negada monocraticamente à defesa pelo ministro relator do caso, Edson Fachin, mas o Plenário do STF poderá reverter a decisão.
Uma das alternativas mais prováveis, contudo, é a paralisação da tramitação para aguardar a revisão da delação dos executivos da J&F, Joesley Batista e Rodrigo Saud, cujos depoimentos integram a denúncia contra Temer. Após a descoberta de que eles tramaram com o ex-procurador Rodrigo Miller para gravar autoridades e conseguir a delação, Janot pediu o cancelamento dos benefícios.
Outra possibilidade é o envio direto da denúncia para Câmara, onde o governo já calcula ter entre 236 e 289 votos, segundo a Bloomberg, o que seria suficiente para barrar a tramitação. Na denúncia anterior, o governo garantiu 263 votos.
O pior cenário para o mercado financeiro seria a indecisão do caso, com o pedido de vista ou a falta de maioria hoje para definir o futuro da denúncia.
No cenário internacional, hoje é dia do fim da reunião do Fed, que não deverá trazer surpresas e manter as taxas de juros estáveis entre 1,00% e 1,25%. Os investidores aguardarão o comunicado com às 15h e a coletiva de imprensa da presidente do banco, Janet Yellen, às 15h30, com a expectativa pelo cronograma de redução do balanço. Os analistas apostam que a venda dos ativos, que somam US$ 4,5 trilhões, poderá começar já no próximo mês.
O Fed também deverá rever suas projeções econômicas após a fraqueza dos índices de inflação e sinais amarelos no emprego dos EUA, o que poderá adiar as apostas em novas altas de juros.
Os futuros dos EUA oscilam perto da estabilidade com ganhos de 0,1% no Nasdaq e recuo de 0,1%% no S&P 500 e no Dow. A Europa opera mista, com perdas de 0,15% no DAX e alta de 0,1% no CAC 40, com o FTSE 100 estável. O Euro Stoxx 50 cede 0,1%.
Ainda hoje, saem os dados de arrecadação do governo às 10h30 e a Reuters informa que o governo dobrou o BNDES, que aceitou devolver R$ 50 bilhões neste ano.
Commodities
O petróleo opera em alta nesta quarta-feira e retorna às máximas de vários meses com otimismo revigorado após os relatórios da Opep e da Agência Internacional de Energia na semana passada mostrarem um cenário mais bullish para a commodity.
O WTI avança 1,1% para US$ 50,50 o barril, enquanto o Brent sobe 1,2% para US$ 55,80 o barril.
Hoje, às 11h30, serão divulgados os dados de estoque no EUA. A aposta é que a agência de energia do país mostre a terceira semana consecutiva de alta, com 3,5 milhões de barris. Ontem, o Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês) mostrou alta de 1,4 milhão de barris nos estoques.
O minério ferro ficou misto na China, com perdas de 2,8% nos contratos futuros negociados em Dalian, que fecharam a 493 iuanes a tonelada. Em Qingdao, contudo, a entrega spot subiu 1,2% para US$ 69,95 a tonelada.
Mundo corporativo
A Renova Energia (SA:RNEW11) não recebeu até o momento uma nova proposta por parte da Brookfield Energia Renovável.
A Petrobras (SA:PETR4) reduzirá os preços do diesel e da gasolina em 0,4%nas refinarias a partir de quinta-feira.
O Magazine Luiza (SA:MGLU3) espera encerrar o ano de 2017 com um total de 60 novas lojas, e já conta com espaços alugados para 20 novas lojas e está em fase final de negociação de contratos de locação para abertura de outras 10 até o fim do ano, além das 30 que já foram inauguradas.
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, disse ontem que o melhor caminho para a operadora em recuperação judicial Oi (SA:OIBR4) é não haver caducidade de concessão, nem intervenção.
A Camil informou o adiamento da precificação de seu IPO para 26 de setembro, que originalmente ocorreria hoje.
A Usiminas (SA:USIM5) foi elevada para B-, de CCC+, pela S&P.
A BRF (SA:BRFS3) teve rating cortado para BBB- pela Fitch, com perspectiva estável.