Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista mantém viés positivo nesta terça-feira, endossada pelo quadro externo favorável a ativos de risco, enquanto agentes financeiros continuam avaliando cenários para o segundo turno da eleição presidencial no país.
Às 12:12, o Ibovespa subia 0,58%, a 116.809,01 pontos. Na máxima, chegou a 118.280,11 pontos. O volume financeiro somava 12,1 bilhões de reais.
O clima nas bolsas externas, principalmente Wall Street, corroborava as compras no pregão brasileiro, com o S&P 500 em alta de 2,8%, após dados sinalizando desaceleração da economia dos Estados Unidos.
Números mais fracos sobre a atividade norte-americana tendem a facilitar o trabalho do Federal Reserve no combate à inflação, em momento no qual permanecem dúvidas sobre o tamanho do ciclo de alta de juros a ser implementado pelo banco central dos EUA.
De acordo com Leonardo Neves, especialista em renda variável da Blue3, apesar de dados mais fracos parecerem algo ruim, nesse momento é muito positivo porque traz a sensação de que o Fed pode amenizar a mão no aperto monetário.
Ele também chamou a atenção para expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) possa adotar uma postura mais cautelosa para a política monetária.
"Toda vez que o mercado tem uma sensação de que a taxa de juros vai subir menos ou não vai subir, as bolsas tendem a ter um tom mais positivo", afirmou. "É o que estamos vendo hoje."
No Brasil, investidores acompanham movimentações de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro a fim de angariar os votos dos candidatos derrotados na votação de domingo, tanto via arranjos políticos como sinalizações sobre planos de governo.
Na véspera, o Ibovespa teve a maior valorização desde abril de 2020, após o primeiro turno da eleição mostrar uma disputa mais apertada na corrida presidencial e uma composição mais centro-direita no Congresso Nacional.
O entendimento entre agentes financeiros é de que a composição mais centrista no Senado e Câmara dos Deputados tem um viés mais liberal e diminui a chance de grandes desvios na condução de políticas, independentemente de quem sair vencedor no segundo turno.
DESTAQUES
- LOCAWEB ON saltava 4,78%, a 10,3 reais. Analistas do BTG Pactual (BVMF:BPAC11) afirmaram que agora pode ser o momento de comprar ações da empresa uma vez que veem a expansão da margem Ebitda acelerando nos próximos trimestres, assim como forte crescimento de receita.
- B3 ON (BVMF:B3SA3) avançava 3,46%, a 14,36 reais, tendo de pano de fundo relatório de analistas do Itaú BBA elevando a recomendação dos papéis para "outperform", bem como o preço-alvo, de 13 para 18 reais. Na máxima, a cotação chegou a 15,16 reais.
- 3R PETROLEUM ON disparava 9,7%, a 41,74 reais, ajudada por relatório do Bank of America (NYSE:BAC) iniciando a cobertura dos papéis com recomendação de "compra". PRIO ON ganhava 5,74%, a 30,6 reais, em mais uma sessão de alta do petróleo no exterior.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) mostrava estabilidade, a 32,18 reais, perdendo o fôlego da abertura, quando chegou a 32,98 reais (+2,49%), em meio a movimentos de realização de lucros após forte valorização desde a véspera, quando fechou com um salto de quase 8%.
- BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) recuava 2,53%, a 40,41 reais, em dia de correção, após fechar com uma alta de 7,6% na segunda-feira. Mais cedo, a ação chegou a subir 2,39% na máxima, a 42,45 reais. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedia 0,84% e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) perdia 0,16%.
- VALE ON (BVMF:VALE3) avançava 1,85%, a 75,37 reais, reforçando o sinal positivo do Ibovespa. Dados na véspera mostraram que a exportação de minério de ferro do Brasil aumentou 8,7% em setembro, a 36,295 milhões de toneladas, o maior volume mensal em dois anos.