O Ibovespa opera em alta na manhã desta quarta-feira, 28, e tenta sustentar o nível de 109 mil pontos, após duas sessões de queda na terça-feira, 27, e na segunda, 26. Às 10h30, o índice subia 0,50%, aos 109.118,49 pontos, após máxima de 109.338,60 pontos (+0,70%) e mínima de 108.578,38 pontos (0,0%).
No horário mencionado, os principais índices setoriais da B3 (BVMF:B3SA3) tinham ganhos, com destaque para industrial (+1,28%), consumo (+1,15%) e imobiliário (+1,07%). O segmento financeiro tinha baixa de 0,01%.
Às 9h30, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostraram criação líquida de 135.495 postos de trabalho com carteira assinada em novembro, abaixo da estimativa mediana do mercado, de geração de 146.400 vagas. O estoque de empregos formais no País atingiu 43.144.732, um nível recorde segundo o secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Lucio Capelletto.
"Por aqui, o noticiário político e dados de mercado de trabalho devem ser o foco de hoje, com o fim da desoneração de combustíveis levando investidores a reavaliar os riscos de inflação e o cenário de juros local, o que deve pesar sobre a performance do Ibovespa, além das quedas no petróleo e minério", escreve o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, em relatório.
Ontem, a assessoria da equipe econômica informou que o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), pediu que a desoneração de impostos federais sobre combustíveis não seja renovada, a partir de um desejo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sem uma ação do atual governo, a zeragem de PIS, Cofins e Cide sobre os combustíveis vai até 31 de dezembro.
Nas contas da estrategista de inflação da Warren Renascença, Andréa Angelo, o fim das desonerações a partir de 1º de janeiro tem o potencial de adicionar até 0,75 ponto porcentual ao IPCA de 2023. A estimativa está em linha com a de outros analistas consultados pelo Broadcast, que enxergavam impacto entre 0,6 e 0,8 ponto desse quadro na inflação.
O mercado também continua a acompanhar as negociações para a composição dos ministérios do presidente eleito. A notícia de que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) aceitou o convite para comandar o Planejamento, ontem, não foi suficiente para impedir a deterioração dos ativos domésticos. O Ibovespa fechou em queda de 0,15%, aos 108.578,20 pontos.
"Ainda que seu nome Tebet possa agradar, persistem dúvidas sobre sua influência na condução da economia, ampliadas pela confirmação de que o PPI estará sob controle da Casa Civil comandada pelo petista Rui Costa. Assim, a tendência é que persista um ambiente apreensivo, mantendo os ativos domésticos sem espaço para avanços consistentes", afirma o economista da Tendências Silvio Campos Neto, em relatório.