Trump consegue tarifas; os norte-americanos recebem aumentos de preços
SÃO PAULO - O Ibovespa mostrava certa fraqueza nesta quinta-feira, pressionado principalmente pelas ações da Petrobras, na esteira da queda dos preços do petróleo no exterior, enquanto Azul era destaque positivo, em dia de trégua após sequência de perdas por receios sobre a liquidez da companhia aérea.
Por volta de 11h20, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, perdia 0,2%, a 137.599,19 pontos. Na máxima até o momento, marcou 138.294,01 pontos. Na mínima, 137.341,82 pontos. O volume financeiro somava R$4,88 bilhões.
De acordo com o analista técnico Gilberto Coelho, da XP (BVMF:XPBR31), o Ibovespa interrompeu a renovação de máximas, abrindo espaço para correções na direção das médias de 21 e 200 dias em 136.000 ou 129.200 respectivamente.
"O sinal de alta seria retomado acima dos 140.250 com projeções nos 145.000 ou 150.000 por Fibonacci", afirmou em relatório a clientes.
Investidores aguardam nesta sessão a divulgação do Relatório de Receitas e Despesas Primárias pelo governo, prevista para as 14h30, que será seguida por uma coletiva de imprensa às 15h, com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, entre outros.
No começo da semana, Haddad sinalizou a divulgação nesta quinta-feira de medidas para garantir o cumprimento da meta fiscal este ano.
"No dia 22, a gente vai dar a público todos os quadros fiscais desse ano e previsão do ano que vem também. Até quinta-feira, sai tudo", disse em entrevista a jornalistas na saída da Fazenda.
Os Estados Unidos também continuam no radar após a Câmara dos Deputados aprovar um projeto de lei abrangente sobre impostos e gastos que implementará grande parte da agenda política do presidente Donald Trump e sobrecarregará ainda mais o país com trilhões de dólares em dívida.
O pacote precisa ser aprovado no Senado, controlado pelos republicanos, antes que Trump possa sancioná-lo como lei.
Em Wall Street, o S&P 500 trabalhava perto da estabilidade.
DESTAQUES
* PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuava 1,51% e PETROBRAS ON (SA:PETR3) caía2,27%, acompanhando o comportamento dos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent cedia 1,49%. No setor, BRAVA ON (SA:BRAV3) perdia 1,29%, PRIO ON (BVMF:PRIO3) era negociada em baixa de 1,23%e PETRORECONCAVO mostrava estabilidade.
* VALE ON (SA:VALE3) perdia 0,44%, tendo como pano de fundo variações modestas dos futuros do minério de ferro na China, onde contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 0,14%, a 727 iuanes (US$100,93) a tonelada.
* ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) caía 0,37%, acompanhado por SANTANDERBRASIL UNIT, que perdia 0,87%, e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4), que cedia 0,06%.BTG PACTUAL (BVMF:BPAC11) UNIT avançava 0,68% e BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) tinha variação positiva de 0,04%.
* AZUL PN (SA:AZUL4) avançava 7,84%, após seis quedas seguidas, período em que acumulou um tombo de quase 29%. Na véspera, chegou a ser negociada a R$1, mínima histórica intradia, em meio a preocupações com as finanças da companhia aérea. No setor, GOL (BVMF:GOLL4) PN saltava 17,39%, ainda embalada pela perspectiva de que a companhia deve sair da recuperação judicial nos EUA no próximo mês.
* JBS ON (SA:JBSS3) recuava 0,76%, já tendo trocado de sinal algumas vezes. Investidores estão na expectativa pela assembleia extraordinária na sexta-feira, quando acionistas decidirão sobrea dupla listagem das ações da maior processadora de proteína animal do mundo -- nos Estados Unidos e no Brasil. O boletim devoto a distância da AGE, divulgado nesta quinta-feira, mostrou acionistas divididos sobre o tema.
* MAGAZINE LUIZA ON subia 7,71%, em dia de recuperação, após duas quedas seguidas, quando perdeu quase 7%.
* RD (BVMF:RADL3) SAÚDE ON avançava 2,95%, também experimentando um respiro em meio a perdas no mês.
(Por Paula Arend Laier)