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Ibovespa recua com discussões sobre Previdência adicionando cautela

Publicado 17.04.2019, 12:45
© Reuters. Visitante confere cotações no painel da B3
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista perdia o fôlego nesta quarta-feira, com agentes financeiros voltando o foco de atenções para as discussões sobre a reforma da Previdência no Congresso, apesar da repercussão favorável a dados chineses e ao desfecho de reunião em Brasília sobre a política de preços da Petrobras.

A sessão também é marcada pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro.

Às 11:51, o Ibovespa caía 0,63 por cento, a 93.741,74 pontos. Na máxima, mais cedo, subiu 0,75 por cento. O volume financeiro somava 8,26 bilhões de reais.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados encerrou na noite de terça-feira a fase de discussões da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência e marcou a votação sobre a admissibilidade do texto para as 10h desta quarta-feira.

Apesar da chance de um desenlace nesta sessão, o assessor de investimentos Rodrigo Zauner, sócio da SVN Investimentos, não descarta que a votação fique para a próxima semana, mantendo investidores ainda reticentes, uma vez que desenvolvimento ligados à reforma tem tido forte impacto na bolsa.

"O mercado quer sinais mais claros", ressaltou o sócio da SVN, escritório de agentes autônomos ligado à XP Investimentos, com 1,8 bilhão de reais em ativos assessorados. Na sua visão, os ruídos políticos corroboram o ajuste do Ibovespa, que desde o recorde registrado em março recuou 5,66 por cento até a véspera.

Do exterior, dados da China mostraram que a segunda maior economia do plante cresceu 6,4 por cento no primeiro trimestre, acima das expectativas, enquanto a produção industrial naquele país subiu 8,5 por cento em março, desempenho também superior ao esperado no mercado financeiro.

Para a equipe da Coinvalores, os números afastam, pelo menos momentaneamente, a perspectiva de uma desaceleração mais contundente na China.

Wall Street, por sua vez, não mostrava uma tendência definida, com ações do setor de saúde ainda pressionando negativamente, enquanto papéis de fabricantes de chips avançavam guiadas pela Qualcomm. O S&P 500 tinha variação negativa de 0,08 por cento.

Na Argentina, o governo anunciou nesta quarta-feira uma série de medidas com o objetivo de conter a inflação e reativar o consumo no país, em meio a uma crise que compromete seriamente as probabilidades de reeleição do presidente Mauricio Macri. As medidas incluem congelamento de tarifas de serviços públicos em 2019 e acordo de preços para produtos no varejo.

DESTAQUES

- CENTAURO ON, que estreou na bolsa nesta quarta-feira, subia 0,5 por cento, 12,56 reais, tendo valorizado-se 1,9 por cento na máxima até o momento após a rede de varejo esportivo precificar o IPO na última segunda-feira a 12,50 reais.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caía 0,5 por cento e PETROBRAS ON (SA:PETR3) cedia 0,7 por cento, perdendo o fôlego do começo do pregão, quando prevaleceu a leitura de modo geral positiva de analistas para o resultado de reunião do presidente Jair Bolsonaro, ministros e o presidente da companhia, na véspera. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a Petrobras é independente para estabelecer preços, e que Bolsonaro deixou claro entender que seria fora de propósito manipular cotações da estatal. O Itáu BBA considerou as declaração após o encontro positivas, mas afirmou que irá monitorar como a companhia ajustará os preços nos próximos dias. Também no radar estava notícia de que a Caixa Econômica Federal avalia oferta secundária para vender fatia na petrolífera de controle estatal.

- VALE (SA:VALE3) recuava 0,7 por cento, em sessão de queda nos preços do minério de ferro na China, tendo de pano de fundo notícia da véspera de que decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais autorizou a mineradora retomar a operação de sua mina Brucutu, a maior de minério de ferro da companhia no Estado. A companhia também atualizou projeção para suas vendas de minério de ferro e pelotas em 2019.

- KLABIN UNIT (SA:KLBN11) valorizava-se 2 por cento, após aprovar a expansão de capacidade no segmento de papéis para embalagem, o projeto Puma II, que vai consumir investimentos de 9,1 bilhões de reais até 2023. "O anúncio está em linha com o que a Klabin vinha discutindo com os investidores e coloca a empresa de volta no caminho do crescimento, após o início da Puma I em 2016", ressaltaram analistas do Bradesco BBI em nota a clientes.

- JBS (SA:JBSS3) recuava 2,7 por cento, em dia de ajustes após disparar para nova máxima histórica na véspera, em meio a perspectivas positivas para a companhia, principalmente o efeito potencialmente benigno da gripe suína africana que se disseminou na China. No setor, MARFRIG (SA:MRFG3) caía 1,7 por cento, mas BRF (SA:BRFS3) valorizava-se 1,9 por cento. Minerva (SA:BEEF3) tinha alta de 0,8 por cento.

© Reuters. Visitante confere cotações no painel da B3

- BRADESCO PN (SA:BBDC4) caía 1,2 por cento, pesando negativamente no Ibovespa, em sessão mista para os bancos, com ITAÚ UNIBANCO PN cedendo 0,9 por cento e BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) exibindo estabilidade.

- CYRELA subia 2,2 por cento, um dia após a construtora e incorporadora divulgar prévia operacional do primeiro trimestre com alta de 70,3 por cento nas vendas líquidas contratadas ante mesmo período de 2018, para 1,044 bilhão de reais.

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