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Ibovespa recua com Embraer entre as maiores pressões de baixa

Publicado 05.07.2018, 12:42
© Reuters. Operadores durante sessão da Bovespa, no centro de São Paulo
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa perdia o fôlego e recuava nesta quinta-feira, com a queda de mais de 15 por cento das ações da Embraer (SA:EMBR3) entre as maiores pressões negativas, após anúncio de acordo com a Boeing para joint venture em aviação comercial, ajudando a minar o efeito benigno do exterior.

Às 12:44, o Ibovespa caía 0,97 por cento, a 74.020,16 pontos. Na máxima, mais cedo, o índice subiu 0,5 por cento. O volume financeiro somava 2,5 bilhões de reais.

"A bolsa vem de cinco pregões em alta, sem muitas novidades no cenário, assim, há espaço para alguma realização de lucros", disse o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Corretora.

Nos cinco pregões anteriores, o Ibovespa acumulou elevação de 5,85 por cento.

No exterior, Wall Street retornava do feriado com os principais índices acionários em alta, em meio a sinais de que Washington pode alterar os planos de tarifas sobre carros europeus, compensando novos sinais de tensão com a China. O S&P 500 subia 0,33 por cento.

Da cena doméstica, profissionais da área de renda variável citaram poucas novidades, com o noticiário político ainda muito confuso.

DESTAQUES

- EMBRAER recuava 14,43 por cento, após acordo com a Boeing para formação de joint venture contemplando os negócios e serviços de aviação comercial da fabricante brasileira, que avaliou a totalidade das operações de aviação comercial da Embraer em 4,75 bilhões de dólares. Analistas do BTG Pactual (SA:BPAC11) avaliaram que o 'valuation' ficou abaixo do esperado para a divisão, mas que ainda veem espaço de alta para os papéis dos preços atuais. Até a véspera, as ações da Embraer acumulavam alta ao redor de 35 por cento em 2018.

- ELETROBRAS ON (SA:ELET3) caía 4,34 por cento e ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) cedia 2,73 por cento, revertendo os ganhos da abertura, quando foram ainda ajudados pela aprovação na Câmara dos Deputados do texto-base do projeto de lei que viabiliza a privatização de seis distribuidoras de energia da companhia. Em outra frente, o relator do projeto de lei que autoriza a privatização da Eletrobras disse que a proposta será analisado depois das eleições de outubro. Na véspera, os papéis fecharam com ganhos de 17,99 e 16,61 por cento, respectivamente.

- GOL (SA:GOLL4) PN tinha acréscimo de 0,67 por cento, também perdendo o fôlego dos primeiros negócios, quando chegou a subir 2 por cento, tendo no radar dados operacionais de junho.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e PETROBRAS ON (SA:PETR3) recuavam 2,01 e 2,88 por cento, respectivamente, após fecharam com altas ao redor de 5 por cento na véspera reagindo à decisão do Tribunal de Contas da União que abre espaço para a realização do leilão do excedente da cessão onerosa até o fim do ano. A Câmara dos Deputados também concluiu na quarta-feira a aprovação de um projeto de lei que promete abrir caminho para a realização do mega leilão de áreas para a produção de petróleo do pré-sal, ainda neste ano, além de viabilizar um acordo entre Petrobras e União necessário para o certame.

- ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO PN (SA:BBDC4) caíam 1,81 e 2,06 por cento, também pesando no Ibovespa em razão do peso significativo que ambos têm na carteira. Operadores citaram entre possíveis pressões negativas no setor a demora da votação do cadastro positivo e risco de maior inadimplência com economia crescendo mais lentamente do que o esperado.

- VALE (SA:VALE3) subia 2,44 por cento, contrabalançando a pressão negativa no Ibovespa em razão da relevante participação que tem na composição do índice.

© Reuters. Operadores durante sessão da Bovespa, no centro de São Paulo

- GERDAU tinha alta de 2,95 por cento. Em relatório a clientes, analistas do Itaú BBA liderados por Marcos Assumpção recomendaram comprar Gerdau (SA:GGBR4) e vender Ibovespa, citando que esperam outro conjunto de resultados fortes para a siderúrgica no segundo trimestre de 2018 e o fraco desempenho das ações da companhia recentemente.

(Por Paula Arend Laier)

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