Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta terça-feira, em meio a um ambiente menos amistoso no mercado internacional, com agentes financeiros também à espera da retomada das discussões sobre a reforma da Previdência em comissão da Câmara dos Deputados.
Às 11:26, o Ibovespa caía 0,5%, a 100.836,35 pontos. O volume financeiro somava 3,2 bilhões de reais.
Investidores aguardam a apresentação de nova versão do parecer do relator da reforma da Previdência em comissão especial do tema na Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), prevista para a parte da tarde.
"Sem liquidar o assunto na comissão especial até quinta-feira, a votação (da reforma) em plenário em julho fica praticamente impossível", avalia a equipe da XP Investimentos, conforme nota a clientes, citando o recesso parlamentar.
Para a equipe da Coinvalores, a falta de consenso sobre a inclusão ou não dos Estados e municípios no texto pode atrasar a leitura e, consequentemente, a votação do texto, o que entra na conta dos ruídos de curto prazo que podem pesar na bolsa.
No exterior, o otimismo em torno das discussões comerciais entre os Estados Unidos e a China arrefecia, abrindo espaço para ajustes, além de o governo norte-americano ameaçar produtos da zona do euro com tarifas adicionais.
Apesar da fraqueza nesta sessão, estrategistas de ações têm reforçado o viés positivo para as ações brasileiras.
A equipe do Itaú BBA reiterou visão construtiva para a bolsa e elevou sua previsão para o Ibovespa no final do ano para 118 mil pontos, citando o ambiente de juros menores no país.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON recuavam 1,21% e 1,17%, respectivamente, acompanhando o recuo dos preços do petróleo no exterior.
- BRADESCO PN cedia 0,82%, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN perdia 0,53%, corroborando a fraqueza do Ibovespa dado o peso relevante que ambos os papéis têm no índice.
- VALE tinha queda de 0,84%, apesar de nova alta nos preços do minério na China.
- BRF caía 0,9%, com movimentos de realização de lucros, após a ação fechar com a maior alta desde julho de 2018 na véspera (+8,67%) em meio a expectativas positivas para a demanda externa com o surto de febre suína africana na China e fundamentos cíclicos positivos. A companhia também negou ter recebido ofertas por ativos no Oriente Médio.
- GERDAU PN recuava 1,6%, em sessão negativa para o setor siderúrgico do Ibovespa, com CSN recuando 1,59% e USIMINAS PNA cedendo 0,56%.
- SUZANO perdia 2,53%, com nova queda de preços de celulose na China mantendo a pressão de curto prazo nos papéis da companhia.
- VIA VAREJO tinha acréscimo de 3,71%, na terceira sessão consecutiva de alta, em meio a processo de reestruturação após o acionista Michael Klein retomar o controle da companhia e assumir o conselho de administração da rede de móveis e eletrodomésticos. No setor, MAGAZINE LUIZA cedia 0,1% e B2W tinha declínio de 1,22%.
- LIGHT, que não está no Ibovespa, caía 4,19%, após divulgar que aprovou a realização de uma oferta pública primária e secundária de 111,1 milhões de ações ordinárias. CEMIG PN, que deve vender, inicialmente, 11,1 milhões de ações na operação, cedia 0,74%.
- SUL AMÉRICA subia 5,67%, após divulgar que recebeu da Allianz SE oferta indicativa e não vinculante para a aquisição de sua operação de Automóveis e Ramos Elementares, e, com isso, está em discussões bilaterais com o grupo sobre eventual transação que poderia resultar na concentração de suas operações em Saúde, Odontologia, Vida, Previdência e Gestão de Ativos. A seguradora ponderou que não há qualquer definição.