Ibovespa recua pressionado por exterior em pregão com PIB e julgamento de Bolsonaro

Publicado 02.09.2025, 13:20
Atualizado 02.09.2025, 15:07
Ibovespa recua pressionado por exterior em pregão com PIB e julgamento de Bolsonaro

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta terça-feira, perdendo o patamar dos 140 mil pontos no pior momento, tendo como pano de fundo um viés negativo em Wall Street, enquanto, no Brasil, a pauta destacava a desaceleração do PIB no segundo trimestre e julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Por volta de 13h, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 0,69%, a 140.305,21 pontos, tendo chegado a 139.625,25 pontos na mínima. O volume financeiro somava R$11,4 bilhões.

Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 caía 1,51%, com agentes financeiros cautelosos após um tribunal de recursos dos EUA decidir na sexta-feira que a maioria das tarifas comerciais anunciadas por Donald Trump é ilegal. A corte, porém, permitiu que as taxas sejam aplicadas até 14 de outubro.

Na véspera, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, expressou confiança de que a Suprema Corte dos EUA irá sustentar o uso por Trump de uma lei de poderes emergenciais de 1977 para impor tarifas, mas disse que o governo tem um plano de reserva caso isso não aconteça.

Em Brasília, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou na manhã desta terça-feira sessão para julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral de Bolsonaro na eleição presidencial de 2022.

O ministro Alexandre de Moraes, STF, disse que a corte atuará com imparcialidade no caso, sem aceitar intimidações de quem busca submeter a corte à vontade de um Estado estrangeiro.

Também no radar estavam dados mostrando que a economia do Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre ante os primeiros três meses do ano, ligeiramente acima de previsões no mercado, mas confirmando expectativas de enfraquecimento em meio à política monetária restritiva e antes do tarifaço dos EUA.

De acordo com a economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Natalia Victal, o cerne da mensagem é resiliência. "Mensagem de desaceleração segue válida. PIB só coloca em dúvida a velocidade da mesma", afirmou em comentário enviado por email.

"Para o Banco Central, o resultado confirma o cenário de estabilidade da Selic em patamar contracionista, reforçando a visão de cortes apenas em 2026", avaliou.

DESTAQUES

- BANCO DO BRASIL ON caía 3,46%, em dia mais negativo no setor, com BRADESCO PN recuando 1,16% e ITAÚ UNIBANCO PN perdendo 1,03%. Na contramão, SANTANDER BRASIL UNIT subia 0,28%. A terça-feira também era marcada por evento online do Itaú, onde executivos detalharam mudanças no banco e apontaram perspectivas sobre os negócios. O presidente-executivo, Milton Maluhy, reforçou que o banco deve pagar dividendos adicionais no começo do próximo ano.

- PETROBRAS PN tinha variação negativa de 0,03%, apesar da alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril sob o contrato Brent mostrava elevação de 1,19%, a US$68,96. No setor, PETRORECONCAVO ON avançava 0,3% e PRIO ON mostrava estabilidade, enquanto BRAVA ENERGIA ON, que divulgou dados mensais de produção mais cedo, recuava 0,75%.

- VALE ON era transacionada com queda de 0,88%, tendo como pano de fundo variações modestas dos preços do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 0,06%, a 771,5 iuans (US$107,86) a tonelada.

- C&A ON era negociada em baixa de 3,53%, em seus primeiros pregões na nova versão do Ibovespa, com papéis sensíveis a juros enfraquecidos diante da alta nas taxas dos contratos de DI. O índice de consumo caía 0,86%, também afetado por papéis de setores como o de educação, com YDUQS ON caindo 3,34% e COGNA ON perdendo 3,08%.

- COSAN ON subia 2,15%, tendo no radar anúncio de avalia com a sócia Shell possíveis investidores interessados em uma transação para capitalização da empresa de combustíveis Raízen. O BofA cortou o preço-alvo da ação da Cosan a R$11, mas reiterou compra, citando que a empresa representa uma história única de reestruturação e desalavancagem na América Latina. RAIZEN PN mostrava estabilidade.

- EMBRAER ON valorizava-se 1,52%, referendada por relatório da XP Investimentos elevando o preço-alvo da ação de R$68 para R$73, enquanto manteve a recomendação neutra para os papéis, avaliando que o "valuation" já reflete fundamentos como o impulso positivo de novas encomendas recebidas pela companhia e o potencial de valor da Eve, a controlada que desenvolve veículos elétricos de pouso e decolagem verticais, os chamados eVTOLs.

- MRV&CO ON avançava 1,18%, na contramão do índice do setor imobiliário, que perdia 0,65%. O UBS BB retomou a cobertura da companhia com recomendação de compra (de neutra antes) para as ações e preço-alvo de R$11 (de R$7 antes). "Na nossa visão, o pior já passou para a empresa, especialmente do ponto de vista da queima de caixa, enquanto seu desempenho operacional parece estar no caminho certo para se manter sólido, melhorando seus indicadores financeiros", afirmou.

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