Ações da Prio caem 5% depois de agência interditar produção
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, com Raízen entre os destaques positivos com salto de 11,5% depois de renovar mínimas históricas na semana passada, enquanto Prio recuava 6,5% na esteira de interdição de plataforma pela ANP.
Ajustes de posições também marcavam o pregão após uma batelada de resultados corporativos nas últimas sessões, enquanto a pauta do dia no Brasil trouxe dados reforçando o cenário de desaceleração da maior economia da América Latina.
Por volta de 11h10, o Ibovespa, principal referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,49%, a 137.010,69 pontos. O volume financeiro somava R$4 bilhões.
Na visão de analistas do BB Investimentos, após o encerramento da temporada de resultados "predominantemente positiva", investidores devem monitorar os dados de inflação e atividade no mercado doméstico.
Eles acrescentaram que investidores devem dosar o apetite a risco com base nas expectativas de que o momento de início do ciclo de corte de juros pelo Banco Central esteja mais próximo do que o precificado nas últimas semanas.
A B3 (BVMF:B3SA3) também divulgou a segunda prévia para o Ibovespa que irá vigorar nos últimos quatro meses do ano, com manutenção da entrada das ações da construtora Cury e a saída dos papéis da produtora de açúcar e etanol São Martinho (BVMF:SMTO3).
DESTAQUES
- RAÍZEN PN (BVMF:RAIZ4) disparava 11,54%, tendo no radar reportagem de O Globo no fim de semana afirmando que a Petrobras está estudando diversas possibilidades para investir na companhia. O salto nos papéis da maior produtora global de açúcar e etanol de cana também vem após os mesmos desabarem mais de 16% na semana passada, com prejuízo trimestral bilionário em meio a aumento de dívida. COSAN ON (BVMF:CSAN3) subia 4,93%.
- PRIO ON (BVMF:PRIO3) recuava 6,49%, após a Agência Nacional do Petróleo (ANP) interditar a plataforma flutuante Peregrino, operada atualmente pela Equinor. A Prio, que tem em Peregrino boa parte de sua produção, afirmou que a ANP exigiu "pontos de melhorias" e estimou que os trabalhos para resolver as pendências vão levar três a seis semanas para serem cumpridos integralmente.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) era negociada em baixa de 0,27%, em dia de fraqueza do petróleo no mercado externo, onde o barril do Brent cedia 0,39%. Uma diretora da estatal também disse que a empresa lançará em 2025 uma licitação para reaproveitamento da plataforma P-37. No setor, BRAVA ON caía 0,82%, enquanto PETRORECONCAVO ON cedia 0,47%.
- CVC (BVMF:CVCB3) BRASIL ON subia 5,42%, no segundo pregão no azul, após tombo na semana passada, quando a empresa divulgou o balanço do segundo trimestre com prejuízo líquido ajustado de R$15,9 milhões. No dia seguinte aos números, os papéis desabaram quase 11%. Na semana toda, acumularam uma perda de 11,7%.
- BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) cedia 0,68%, em sessão de ajustes, após oito altas seguidas, sendo que apenas na sexta-feira subiu 4%, mesmo após tombo de 60% no lucro líquido do segundo trimestre, com forte piora na inadimplência do segmento agro. No setor, BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) avançava 1,06%, ITAÚ PN tinha elevação de 0,56% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) registrava acréscimo de 1,3%.
- VALE ON (BVMF:VALE3) mostrava alta de 0,43%, mesmo com o declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com perda de 0,64%.