O Ibovespa opera com instabilidade na manhã desta sexta-feira, 19, apesar da valorização das bolsas norte-americanas, em meio a esperanças de que os Estados Unidos cheguem em breve a um acordo para elevar o teto de sua dívida e evitar uma situação de calote. Neste sentido, os investidores acompanharão com afinco a participação do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Jerome Powell, em um evento (meio-dia).
A despeito da indefinição, o Índice Bovespa caminha para uma quarta semana seguida de elevação. Até o momento, tem variação positiva acumulada de 1,81%.
"Há fundamentos. Depois de um quarto trimestre de surpresas negativas, o primeiro trimestre tem se mostrado melhor paras as empresas, num indicativo de que este quadro está atingindo o fundo do poço", avalia Rodrigo Correa, estrategista-chefe e sócio da Nomos. "Além do mais, a Bolsa está barata. Só que não sabemos até onde vai, não dá para dizer que a marca dos 110 mil pontos está consolidada", acrescenta Correa.
Na quinta, o Ibovespa subiu 0,59%, superando a importante marca psicológica dos 110 mil pontos (110.108,46 pontos). As bolsas em Nova York também fecharam a quinta-feira com ganhos.
"Ativos de risco globais estão caminhando para fechar a semana em tom predominantemente positivo, com investidores sustentando um maior otimismo sobre a possibilidade de um desfecho próximo para o impasse da dívida americana", cita a Guide Investimentos em nota.
A agenda esvaziada de indicadores, principalmente lá fora, e o vencimento de opções sobre ações do Ibovespa limita uma definição do indicador. Ao mesmo tempo, o recuo de 1,41% do minério de ferro em Dalian, na China, contamina algumas ações ligadas ao setor, caso de Vale (BVMF:VALE3), que caía 0,31% perto de 11 horas.
Em março, o IBC-Br recuou (-0,15% ante mediana positiva de 0,30%) ante fevereiro, mas cresceu 5,46% (mediana de alta de 3,90%) na comparação com março de 2022, tendo neste ultimo caso o melhor desempenho para o período da série histórica do IBC-Br, iniciada em 2003. O dado ajuda a estimular alta de algumas ações ligadas ao consumo. Perto de 11 horas, Magalu, por exemplo, subia quase 4,00%.
Conforme o Projeções Broadcast, os dados do terceiro mês deixam uma herança estatística positiva para o segundo trimestre, o que tende a ser benéfico para papéis do setor de consumo na B3 (BVMF:B3SA3).
"O IBC-Br corrobora com as projeções de melhora do crescimento do PIB, conforma salientou ontem o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, mas eu trabalharia mais com uma alta de 1,5% em 2023, que é melhor do que a da Focus, que é de 1,02%", afirma Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
Haddad disse que sua equipe de economistas está revisando a expectativa de crescimento da economia neste ano para 1,9%. "Isso é bom, e uma atividade mais aquecida não muda a ideia de flexibilização da política monetária. O que vai pegar será como o arcabouço fiscal tramitará votação deve ocorrer semana que vem. Depois, será como se dará a discussão da reforma tributária", completa Spiess.
Às 11h08, o Ibovespa subia 0,06%, aos 110.127,86 pontos, após avançar 0,58%, na máxima aos 110.745,75 pontos e mínima aos 109.786,92 pontos (-0,29%). Petrobras (BVMF:PETR4) tinha elevação de 0,66% (PN) e de 0,51% (ON), enquanto o petróleo subia cerca de 0,80% no exterior.