SÃO PAULO (Reuters) - A indústria de embalagem espera retração de 2,8 por cento na produção física neste ano, queda menor que a de 4,31 por cento registrada no acumulado de 2015, de acordo com estudo da Associação Brasileira de Embalagem em parceria com o Ibre/FGV divulgado nesta quarta-feira.
O volume bruto de produção ficou em 57,3 bilhões de reais no ano passado, refletindo o cenário de recessão econômica no Brasil. O maior recuo na produção foi verificado nas embalagens de madeira (-12,8%), seguido pelas de papel, papelão e cartão (-5,6%).
A retração de 2016 deve ser inferior à de 2015 por conta do efeito cambial, disse o economista Salomão Quadros, responsável pelo estudo. "O dólar a 4 reais estimula exportações e inibe importações, então o setor de embalagem tende a ser indiretamente beneficiado. E os estoques das indústrias estão diminuindo, vai haver um movimento de reposição", afirmou.
Ele ressaltou, no entanto, que esses elementos podem não ser suficientes para o setor voltar a mostrar crescimento até o fim do ano. "Poderemos ver adiadas para 2017 as primeiras taxas positivas de crescimento da produção de embalagem que previmos para o quarto trimestre de 2016", disse.
(Por Priscila Jordão)