Buenos Aires, 14 mar (EFE).- A inflação voltou a subir na Argentina em fevereiro e acumulou 6,8% no primeiro bimestre de 2019, uma alta de 3,8% em relação a janeiro.
Os números foram divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos na Argentina (Indec). Na comparação com fevereiro do ano passado, a inflação chega a 51,3% no país.
A alta foi puxada especialmente pelos setores de bens e serviços. Na comparação com janeiro, os dois acumularam uma variação positiva de 3,7% e 3,8%, respectivamente. No acumulado de 12 meses, a inflação registrada para eles foi de 54,9% e 45,2%.
A Argentina fechou 2018 com uma inflação de 47,6%, a mais alta desde 1991. Para este ano, a meta do governo é de 23%, mas as projeções do mercado apontam que o índice será superior em dezembro.
Analistas consultados mensalmente pelo Banco Central da Argentina elevaram para 31,9% a expectativa para a inflação neste ano. A projeção subiu 2,9 pontos percentuais na pesquisa realizada em fevereiro em relação às perspectivas de janeiro.
A alta da inflação se dá em um contexto de recessão econômica na Argentina, com uma queda de 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, um dos piores resultados recentes do país.
"A partir de abril do ano passado entramos em uma crise financeira e cambial que levou a um processo de recessão econômica que afetou muitos argentinos. Buscamos todas as formas que estavam ao nosso alcance para que todos vençam esse momento de dificuldades", disse o presidente do país, Mauricio Macri.
Em entrevista coletiva na província de Jujuy, no norte do país, Macri não falou especificamente da inflação, mas disse que é preciso continuar "apostando na estabilidade macroeconômica".