SÃO PAULO (Reuters) - O pedido de renúncia da presidente da elétrica Light (SA:LIGT3), Ana Marta Horta Veloso, está associado à interferência dos controladores na empresa, que tem como principal acionista a mineira Cemig (SA:CMIG4), disse o conselheiro independente da companhia, Ricardo Reisen, segundo ata de uma reunião do Conselho de Administração divulgada no sábado.
A Light informou na sexta-feira que Ana Marta renunciou à presidência da Light, controlada da Cemig que tem ativos de geração e é responsável pela distribuição de eletricidade na região metropolitana do Rio de Janeiro.
A executiva ocupava o cargo desde dezembro de 2015, e a saída aconteceu pouco após a Cemig anunciar, em 21 de junho, que iniciará processo para vender a totalidade de sua participação na Light.
"Embora o conselheiro entenda que a decisão de renúncia seja por princípio de foro pessoal, foi colocado que de forma direta ou indireta, a mesma está associada à maneira como o modelo de governança da companhia está atualmente estruturado, com ênfase em decisões continuamente tomadas por orientação de voto pelo bloco de controle...sem participação da administração da companhia nas suas discussões", acusou Reisen.
Em reunião do conselho na sexta-feira, Reisen disse ainda que "embora tais atos do bloco de controle possam ser entendidos como soberanos e como prática normal de negócios, a regularidade, falta de transparência e a comunicação equivocada de tais atos em muitos casos, enseja preocupação e atenção."
Além da saída de Ana Marta, a Light formalizou na semana passada a renúncia do diretor de Gente e Gestão Empresarial da empresa, Jaconias de Aguiar, e de Ricardo Abrahão Fajnzylber ao cargo de conselheiro suplente.
Não foi possível encontrar Ana Marta para comentários. Light e Cemig não responderam imediatamente a um pedido de comentário sobre as falas de Reisen.
(Por Luciano Costa)