Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - As ações do IRB Brasil (SA:IRBR3) operavam em forte baixa na manhã desta quarta-feira (4) depois de a empresa ter reportado prejuízo líquido de R$ 229,8 milhões no terceiro trimestre, acima do prejuízo de um ano antes, de R$ 19,7 milhões. O número, porém, representa alta em relação ao 3T19, que viu prejuízo de R$ 685,1 milhões.
Às 10h51, os papéis eram negociados em baixa de 3,75%, a R$ 6,16. Desde a abertura, a ação teve R$ 6,08 de mínima e R$ 6,47 de máxima, com R$ 123,73 milhões em volume negociado. O Ibovespa, por sua vez, operava em alta de 1,27%, aos 97.193 pontos.
Na visão do Safra, o resultado apresentado pelo IRB Brasil foi fraco, “ainda impactado por negócios descontinuados que registraram índices de sinistros extremamente altos”. Porém, o banco reconhece que os números, ainda que negativos, mostram certa recuperação. Por considerar cedo para saber se os ajustes no resultado já passaram, o banco mantém recomendação Neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 7,80.
Para o Safra, os principais pontos positivos para as ações do IRB são a baixa penetração dos negócios de seguros no Brasil; a posição de líder no segmento de resseguros; o fluxo de receitas diversificado entre os setores; e o fato de o IRB ser controlado pelos maiores bancos do Brasil.
Os maiores riscos, por outro lado, são uma queda acentuada na Selic; o ambiente competitivo; um aumento na taxa de sinistros e perdas; e o risco político envolvendo golden share.
Balanço
De julho a setembro, os prêmios emitidos somaram 2,976 bilhões de reais, marginalmente abaixo do mesmo período de 2019, mas acima dos 2,543 bilhões de reais no trimestre anterior.
O índice de sinistralidade total alcançou 96,2%, de 90,5% no mesmo intervalo do ano passado e de 135,3% no segundo trimestre deste ano.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) ficou negativo em 20%, também mostrando piora na comparação com igual intervalo do ano passado (-1,9%), mas recuperação frente aos três meses imediatamente anteriores (-83,3%).
O IRB Brasil RE disse que, após a capitalização concluída em agosto de 2020, terminou o terceiro trimestre de 2020 com excesso de capital regulatório de 1,5 bilhão, o que equivale a um índice de solvência regulatória de 182,4%, ao mesmo tempo em que o índice de solvência total da alcança o patamar de 259,5%.
Em 30 de setembro, o desenquadramento total da liquidez regulatória somou 1,97 bilhão de reais, excluindo captação de debêntures de 597 milhões de reais em outubro e já em caixa, nem 793 milhões de reais em conta remunerada em dólares no exterior, utilizados para garantir as provisões das cedentes do exterior.
--Com colaboração da Reuters