Por Gabriel Codas
Investing.com - O IRB Brasil (SA:IRBR3) Re foi a único entre os 16 resseguradores que atuam no Brasil a não entregar à Superintendência de Seguros Privados (Susep) suas demonstrações contábeis referentes ao mês de dezembro, prazo que se encerrou no dia 2 de março. As informações são da edição desta quinta-feira da Coluna do Broad, do Estadão.
Por volta das 14h45, as ações tinham perdas de 16,54% a R$ 10,60. Os papéis chegaram a ser negociados a R$ 8,80 na mínima do dia.
Procurada pela reportagem do jornal, a companhia informou que a decisão de atrasar a entrega do Formulário de Informações Periódicas (FIP) de dezembro do ano passado se deu para que os dados financeiros sejam aprimorados. O procedimento, de acordo com a empresa, está em curso e os dados devem ser apresentados até a sexta-feira, dia 13.
Polícia Federal
A Polícia Federal fez buscas nesta quinta-feira no escritório da resseguradora IRB Brasil Re, informou a resseguradora.
Uma fonte com conhecimento do assunto informou que a operação é parte de uma investigação envolvendo o agora ex-vice presidente de finanças da companhia, Fernando Passos.
Em nota, a Polícia Federal informou apenas que deflagrou a Operação Suitcase, com o objetivo de investigar a prática de corrupção ativa e passiva e que foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nos Estados de Ceará e São Paulo.
No centro da investigação, que é desmembramento de ação que tramitou perante o Supremo Tribunal Federal, está a delação premiada de dois colaboradores que citaram um ex-diretor do Banco do Nordeste, que teria recebido 200 mil reais em espécie, que lhe foram entregues numa maleta em um hotel de Fortaleza. Passos foi anteriormente diretor do Banco do Nordeste.
Em nota, o IRB afirmou que "a operação realizada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira, 12 de março, não está relacionada à companhia".
Passos foi demitido do IRB na semana passada, junto com o presidente-executivo, José Carlos Cardoso, após os desdobramentos do questionamentos da gestora Squadra sobre práticas contábeis da companhia, cujas ações caíram fortemente. A gestão do IRB então informou investidores erroneamente que a empresa de investimentos do bilionário Warren Buffett, Berkshire Hathaway, teria comprado ações da resseguradora, o que foi negado pela própria Berkshire.