Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O IRB (BVMF:IRBR3) "voltou ao normal", após anos conturbados recentemente, e tem como meta estabilizar seu índice de sinistralidade em cerca de 75% em 2024, disse à Reuters o presidente da empresa, Marcos Falcão, nesta segunda-feira.
A companhia de resseguros passou por turbulências na esteira de um escândalo de fraude revelado em 2020, e teve que fazer um aumento de capital no ano passado após desenquadramento de requisitos regulatórios, influenciado por prejuízos mensais em sequência.
De lá para cá, a aposta de Falcão, que virou presidente do IRB no final do ano passado, foi a disciplina de capital e a melhora da gestão operacional.
"O IRB voltou ao normal e estamos nos preparando para o ano que vem", disse ele à Reuters em evento do setor de seguros, Fides 2023, no Rio de Janeiro, acrescentando que o impacto de passivos deixados por gestões anteriores é cada vez menor. "Os esqueletos já sumiram do armário, mas de vez em quando pinta algo para gente pagar".
Na semana passada, o IRB divulgou um lucro líquido de 22,3 milhões de reais em julho, em comparação com prejuízo de 58,9 milhões de reais no mesmo mês do ano passado.
Falcão disse que a meta é estabilizar o índice de sinistralidade do IRB em cerca de 75% em 2024. "A tendência é melhorar, e o passado vai ficando pra trás. É viável chegar perto de 75% no ano que vem", afirmou ele.
A sinistralidade total do IRB ficou em 73,6% no segundo trimestre.
Outra meta é concentrar mais as operações na América Latina e alcançar 15% de faturamento na região, contra 10% atualmente, segundo ele. "É aqui que a gente faz diferença, conhece e somos mais importantes. É experiência. Até o segundo trimestre de 2024 chegamos nessa meta", disse Falcão.
Nesse sentido, a empresa pretende fechar seu escritório em Londres, segundo o executivo.
Falcão ainda disse acreditar que o IRB vai ser o principal player de resseguro da América Latina em 2025. "A faxina do passado está sendo feita este ano, se reflete nos números do ano que vem e 2025 é a estilingada".
Sobre a Argentina, onde a empresa também tem escritório, o executivo afirmou que aguarda os desdobramentos das eleições presidenciais.