Por Carolina Mandl
SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco ainda está disposto a adquirir uma participação adicional na XP Inc em 2022, apesar de planos para uma venda parcial anunciada na terça-feira, afirmou o presidente do banco, Candido Bracher, nesta quarta-feira.
Pelos termos do negócio fechado em 2019, o Itaú poderia adquirir uma participação adicional de 12,5% na XP, o que atualmente equivale a 11,5%, após um recente aumento de capital na XP. Atualmente, o banco detém uma fatia de 46,05% na XP.
Bracher disse que os preços de aquisição fixados no negócio são "muito atrativos" para o Itaú. Ainda assim, o negócio depende da aprovação do Banco Central, que no passado se opôs, citando preocupações de concorrência.
A jornalistas, o presidente do Itaú disse que vê como improvável o regulador barrar uma nova aquisição, já que o banco não deterá o controle acionário da XP, nem terá ingerência na companhia.
A nova aquisição seria feita diretamente pelo banco, não pela nova empresa. Bracher disse que não sabe ainda o que o banco faria com essas novas ações.
O Itaú está planejando cindir uma participação de 41,05% na XP em uma nova empresa e também vender uma participação de 5% nela, disse na terça-feira. O Itaú planeja distribuir as ações da XP diretamente a seus acionistas via essa cisão dos ativos.
Bracher disse que o negócio deve destravar valor para acionistas do banco, que poderão vender suas ações na XP quando quiserem.
Se o Itaú prosseguir com a cisão de sua participação na XP, a Itaúsa, uma das maiores acionistas na XP, informou que deteria 15,35% do capital da corretora.
A Itaúsa disse que não planeja vender uma participação relevante na XP no curto prazo, mas que a corretora não é um investimento estratégico no longo prazo.
Por volta de 10:50, as ações preferenciais do Itaú avançavam 4,8%, entre as maiores altas do Ibovespa, que subia 1,3%. Itaúsa PN tinha elevação de 2,7%.