O Itaú Unibanco (SA:ITUB4) registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,030 bilhões no terceiro trimestre de 2020, 29,7% menor em relação ao mesmo período do ano passado, quando totalizou R$ 7,156 bilhões, devido ao grande colchão contra perdas montado no contexto da pandemia. Apontando para uma retomada da economia, o resultado foi 19,6% melhor do que o trimestre imediatamente anterior. O resultado ocorre diante de menores despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa, especialmente vindo do banco de atacado do Itaú.
No intervalo entre janeiro e setembro, o lucro líquido recorrente do Itaú atingiu R$ 13,148 bilhões, redução de 37,6% em relação ao mesmo período do ano passado, ainda como efeito do aumento do colchão contra perdas.
"A melhora de resultados neste trimestre reflete uma sensível recuperação da atividade econômica, ao mesmo tempo em que ainda contempla a necessidade de provisionamento para fazer frente à possibilidade de maior inadimplência no futuro. Este cenário poderá ser atenuado se os agentes de mercado estiverem mais seguros quanto à capacidade do governo de estabilizar a situação fiscal", afirmou no documento que acompanhou o demonstrativo financeiro do maior banco privado da América Latina, o presidente do Itaú Unibanco, Cândido Bracher, que ficará no cargo até fevereiro de 2021, quando será substituído com Milton Maluhy Filho, hoje vice-presidente da área de Finanças do banco.
Maluhy, por sua vez, que agora acompanhará o dia-a-dia do banco ao lado de Bracher, disse que no trimestre houve uma "substancial retomada da atividade econômica". "Isso se traduziu, no nosso negócio, em um crescimento importante nas receitas de serviços e na concessão de crédito para pessoas físicas e pequenas empresas, essas últimas se beneficiando das linhas incentivadas pelo Governo", disse.
Assim, a carteira de crédito total do banco alcançou R$ 846,994 bilhões no terceiro trimestre, aumento de 4,3% em relação ao período imediatamente anterior. Ante o mesmo período do ano passado, o aumento foi de 20,4%.
Segundo o banco, destaque para o crescimento das carteiras de crédito imobiliário, de veículos e micro, pequenas e médias empresas; esta última em função da concessão de linhas incentivadas pelo governo como o Pronampe e o FGI BNDES.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) seguiu impactada pela reforço nas provisões, mas apresentou melhora na relação trimestral. Passou de 13,5% no segundo trimestre para 15,7% no terceiro. Em um ano, estava em 23,5%.
O patrimônio líquido do Itaú era de R$ 130,559 bilhões ao fim de setembro, 3,8% maior em um ano. No trimestre, cresceu 3,3%.
No terceiro trimestre, o maior banco da América Latina ultrapassou a marca recorde de R$ 2,11 trilhões em ativos totais, alta de 21,4% em um ano. No comparativo trimestral, foi visto incremento de 16,9%.