Investing.com – As ações da JBS (BVMF:JBSS3) subiam nesta terça, 15, após a companhia divulgar balanço do segundo trimestre deste ano com melhorias nas margens, segundo analistas. Às 11h40 (de Brasilia), os papéis apresentavam avanço de 0,88%, a R$19,54.
A JBS reportou receita líquida de R$89,4 bilhões, recuo anual de 3,0%, EBITDA ajustado de R$4,47 bilhões, baixa de 56,9% na mesma comparação, além de margem EBITDA ajustada de 5,0%, diminuição de 6,2 ponto percentual. Dessa forma, o prejuízo líquido foi de R$263,6 milhões, contra lucro de R$3,9 bilhões no 2T22. No entanto, o resultado negativo é bem inferior ao do primeiro trimestre deste ano, quando atingiu R$1,452 bilhão de prejuízo.
“Ainda que o contexto global permaneça desafiador para o setor de proteínas, temos a convicção de que iniciamos uma trajetória gradual de recuperação de nossas margens”, apontou a JBS em release de resultados, citando quadro de aumento da oferta de aves e margens mais apertadas no negócio de bovinos nos Estados Unidos.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o Itaú BBA avaliou os indicadores como neutros e destacou as melhores margens sequenciais em todos os segmentos, exceto US Pork. “As divisões dos EUA continuaram lutando devido ao excesso de oferta de proteína no mercado, com margens abaixo do normalizado na maioria dos segmentos”, lembram os analistas Gustavo Troyano e Bruno Tomazetto.
O EBITDA ajustado ficou 11% acima da expectativa dos analistas. “Enquanto a JBS continuar enfrentando essa tempestade perfeita, com um ciclo negativo de proteína na maioria de suas unidades de negócios, acreditamos que os investidores irão ignorar o atrativo carry de médio prazo e ficar à margem esperando por um melhor ponto de entrada”, lamentam. O Itaú BBA possui classificação outperform para as ações da JBS, com preço-alvo de R$39,0.
Considerando ainda o trimestre como difícil, o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) também citou as melhorias nas margens da JBS, mas ponderou que a margem EBITDA segue pressionada tendo em vista “os baixos spreads de bovinos e suínos nos Estados Unidos e ao fraco desempenho da Seara”.
No entendimento do BofA, a geração de fluxo de caixa foi o destaque positivo com liberação de capital de giro e menores despesas financeiras. “Apesar da melhora, ainda esperamos fluxo de caixa negativo em 2023, uma vez que as margens da carne bovina nos EUA continuam pressionadas”, apontam os analistas Isabella Simonato e Guilherme Palhares. O Bank of America aponta sua indicação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$22.