SÃO PAULO (Reuters) - A JBS (SA:JBSS3) retomou a lucratividade no quarto trimestre, embora o resultado tenha vindo bem abaixo do estimado por analistas, em parte devido a vendas decepcionantes de seus negócios de carne suína nos Estados Unidos.
Maior produtora de carnes do mundo, a JBS anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 563,2 milhões de reais no período, ante prejuízo de 451,7 milhões de reais um ano antes e do resultado também negativo de 133,5 milhões de reais no trimestre imediatamente anterior.
A projeção média de analistas consultados pela Refinitiv, porém, apontava para lucro de 1,767 bilhão de reais.
A receita líquida da JBS no trimestre, de 47,3 bilhões de reais, foi 10,7 por cento maior em um ano, mas caiu 4,2 por cento na comparação sequencial. O faturamento da JBS Brasil avançou 19,5 por cento. Mas o da unidade JBS USA Pork cresceu apenas 3 por cento em reais e caiu 12,2 por cento em dólares, enquanto a margem Ebitda encolheu 3,3 pontos.
Na divisão Seara, a receita cresceu somente 3,1 por cento e a margem Ebitda caiu 0,6 ponto percentual.
O resultado operacional da companhia de alimentos entre outubro e dezembro, medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) ajustado somou 3,39 bilhões de reais, um aumento de 6,1 por cento ante mesma etapa de 2017.
A última linha do resultado foi beneficiada em parte pela queda de 20,5 por cento das despesas administrativas, a 1,79 bilhão de reais. Além disso, o resultado financeiro líquido negativo diminuiu 72,8 por cento, a 564,7 milhões de reais.
Por outro lado, as despesas com vendas evoluíram 13 por cento, para 2,78 bilhões de reais.
A JBS fechou 2018 com uma dívida líquida de 47,2 bilhões de reais, pouco acima dos 45,28 bilhões de um ano antes. A alavancagem financeira medida pela relação dívida líquida/Ebitda caiu de 3,38 para 3,18 por cento.
No fim do ano passado, a China havia estendido sua condição como principal destino das exportações da JBS, com 24,1 por cento do total, ante 20,9 por cento no final de 2017.
(Por Aluísio Alves e Ana Mano)