Os contratos de juros futuros têm sido negociados acima de 13% depois da publicação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) e do atraso do governo do pacote de revisão de gastos públicos.
O BC (Banco Central) disse, na ata da reunião que aumentou a taxa Selic para 11,25% ao ano, que a alta de 0,5 ponto percentual se mostra apropriada diante das condições econômicas e das incertezas prospectivas. Mas preferiu não indicar o próximo reajuste, deixando aberta a porta para uma aceleração.
“Em virtude das incertezas envolvidas, o comitê preferiu uma comunicação que reforça a importância do acompanhamento dos cenários ao longo do tempo, sem conferir indicação futura de seus próximos passos, insistindo, entretanto, no seu firme compromisso de convergência da inflação à meta”, disse o documento.
Os contratos DI (Depósitos Interfinanceiros) com vencimento em janeiro de 2027 estavam cotados a 13,25%, segundo a ADVFN. Além do comunicado do Copom, está no radar dos investidores o atraso no pacote da equipe econômica que revisa gastos públicos.
As medidas sofrem resistências da ala política do governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem sido pressionado a entregar o conjunto de ações. Disse na 2ª feira (4.nov.2024) que o conjunto de medidas para diminuir a trajetória das despesas públicas deveria ser divulgado na última semana. O pacote de revisão dos gastos atrasou.
A equipe econômica estuda revisar gastos com o BPC (Benefício de Prestação Continuada), Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), seguro-desemprego e abono salarial. Leia aqui os infográficos que mostram a evolução das despesas nos últimos anos.
Para os agentes financeiros, as medidas são necessárias para dar sustentabilidade ao marco fiscal –lei que substituiu o teto de gastos em 2023. As estimativas do mercado indicam que o governo federal não cumprirá as metas em 2024, 2025, 2026 e 2027.