CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A Justiça mexicana decretou a prisão do ex-presidente da petroleira estatal Pemex Emilio Lozoya por supostos atos de corrupção relacionados à empreiteira brasileira Odebrecht, informou a mídia local na terça-feira.
A investigação é a primeira de alto escalão instaurada pelo governo de Andrés Manuel López Obrador, que tomou posse em dezembro com a promessa de acabar com a corrupção na segunda maior economia da América Latina.
O chefe da Unidade de Inteligência Financeira (UIF) da Secretaria da Fazenda, Santiago Nieto, disse em uma entrevista que, como resultado de suas investigações, ele apresentou três acusações contra Lozoya à Procuradoria-Geral.
Mencionando fontes do gabinete da Procuradoria, a agência estatal Notimex informou que um juiz havia ordenado a prisão do ex-funcionário, que comandou a petroleira de 2012 a 2016.
Nieto, a Procuradoria e o advogado de Lozoya, Javier Coello, não confirmaram se havia, de fato, uma pedido de detenção.
No entanto, as autoridades adentraram a casa de Lozoya e de seu pai na noite de terça-feira, disse Coello à Milenio TV.
A Procuradoria declarou que o empresário Alonso Ancira, presidente do conselho da siderúrgica Altos Hornos de México (AHMSA), foi detido na Espanha pela Interpol devido ao suposto envolvimento com "uma série de delitos que motivaram um grave dano patrimonial" à Pemex.
Em comunicado, o gabinete acrescentou que poderia haver mais detenções, como resultado de mais de dois meses de diversas diligências.
Autoridades locais bloquearam as contas bancárias de Lozoya na segunda-feira, assim como a da siderúrgica mexicana, uma das maiores do país.
Neto disse na terça-feira que a investigação está centrada em transferências de dinheiro feitas pela AHMSA para uma unidade fantasma da Odebrecht, que movimentou os recursos para contas de Lozoya e seus familiares, por meio de diversas transações, incluindo operações imobiliárias.