CABUL (Reuters) - Importantes representantes do Taliban apelaram neste sábado por ajuda internacional para combater o agravamento da crise econômica que tem alimentado o temor de outro êxodo em massa de refugiados do Afeganistão.
Os comentários, em uma reunião especial para marcar o dia internacional dos migrantes da ONU, ressaltaram a posição do novo governo islâmico do Taliban para ampliar laços com a comunidade mundial, quatro meses depois do grupo ter tomado o poder no país em meio à retirada dos militares dos Estados Unidos do país.
O vice-ministro das Relações Exteriores do Taliban, Sher Mohammad Abbas Stanikzai, disse que é responsabilidade de países como os EUA, que bloquearam bilhões de dólares em reservas do banco central afegão, ajudar o Afeganistão a se recuperar após décadas de guerra.
"O impacto dos recursos congelados é sobre as pessoas comuns e não sobre as autoridades do Taliban", disse ele na conferência, com a presença de representantes da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e do ACNUR, a organização de refugiados das Nações Unidas.
Organismos da ONU estimam que milhões de afegãos podem enfrentar a fome durante o inverno sem ajuda urgente. Envios de ajuda têm sido prejudicados pela falta de vontade internacional de envolvimento direto com o Taliban.
A retirada abrupta da ajuda externa após a vitória do Taliban levou a frágil economia do Afeganistão à beira do colapso. Milhões estão sem trabalho e o sistema bancário está apenas parcialmente funcional.
"Se a situação política e econômica não mudar, haverá mais migração", disse Stanikzai.
(Por James Mackenzie)