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Lojas Americanas: Aquisição do Uni.co é bem vista pelo mercado; confira análises

Publicado 22.04.2021, 19:22
© Reuters.
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Por Ana Julia Mezzadri

Investing.com - Após o fechamento do mercado de terça-feira (20), a Lojas Americanas (SA:LAME4) anunciou um acordo para adquirir o Grupo Uni.co, proprietário de marcas como Puket, Imaginarium, MinD e Lovebrands.

O anúncio foi bem recebido pelo mercado. Para o Goldman Sachs, a transação “é consistente com a estratégia declarada da companhia de expandir seu universo de varejo e entrar em categorias de maior frequência.”

A Mirae Asset também vê a operação com bons olhos, ainda que citando motivos diferentes: “Notícia positiva para a Lojas Americanas, uma vez que os executivos das empresas adquiridas deverão permanecer, ajudando na consolidação e expertise do negócio.”

Na visão do Safra, “a aquisição da Uni.co pela Lojas Americanas está em linha com o plano da LAME4 de expandir suas categorias e fortalecer seu ecossistema, trazendo negócios complementares, que devem atender sua cadeia de suprimentos”.

Depois do anúncio, o papel recebeu recomendação de Compra do Goldman Sachs, da Mirae, do Safra e da XP, com preços-alvo de, respectivamente, R$ 31, R$ 34,47, R$ 34 e R$ 36.

No fechamento do mercado desta quinta-feira (22), o papel tinha queda de 3,11%, a R$ 22,14, depois de ter registrado mínima de R$ 22,07 e máxima de R$ 23,65 ao longo do dia, com R$ 379,16 milhões em volume negociado. O Ibovespa, por sua fez, fechou em queda de 0,57%, aos 119.371 pontos.

Ainda que o valor da transação não tenha sido revelado, a estimativa é que não tenha sido um valor significativo frente ao balanço da Americanas, que, segundo o acordo, irá adquirir 70% das ações e os 30% restantes nos próximos três anos. A XP estima que a transação tenha sido no montante aproximado de R$ 250 milhões.

O Uni.Co tem uma rede de mais de 440 lojas franqueadas, mais de 2.800 clientes multimarcas e presença nos canais digitais. Ao longo de 2019, o grupo registrou receita de R$ 269 milhões, Ebitda de R$ 18 milhões, margem bruta de 48% e margem Ebitda de 6,7% - números muito pequenos quando comparados aos da LAME.

Nesse sentido, segundo o Goldman, “acreditamos que a aquisição seja mais incremental do que transformacional para operações e finanças, dado o tamanho relativo”.

Uma grande vantagem da aquisição, como mencionado, é a possibilidade de expandir presença em categorias de maior frequência.

Além disso, o Goldman destaca que o Uni.co permite que a Americanas expanda sua rede de lojas, além de trazer exposição para gestão de franquias e distribuição para clientes multimarcas. 

Outro ponto positivo é a vasta experiência do grupo em desenvolvimento de produtos. 

O Safra levanta também a possibilidade de, passada a pandemia, criar novos caminhos de crescimento para a LAME. Nesse sentido, a XP menciona potencial de crescimento orgânico, dado a baixa penetração nas categorias de atuação e na possibilidade de desenvolvimento de novas categorias dentro das próprias marcas.

Vale ressaltar que a conclusão da operação depende da aprovação do Cade.

Para o futuro, a expecttiva da Mirae é que a companhia siga investindo em aquisições e expandindo seu universo.

Em relação à Lojas Americanas no geral, o Safra aponta como pontos positivos a estratégia O2O, que gera sinergias com a B2W (SA:BTOW3); ser uma forma mais barata de investir com exposição à B2W; a capacidade de adaptar o mix conforme a época do ano; e novos formatos de lojas físicas que ajudam a capturar tendências no varejo.

Para além da aquisição, o Goldman aponta como principais riscos para a performance da varejista pressões competitivas e a atual queima de caixa na B2W, taxas de juros acima do esperado, expansão menor do que o guidance, pressões inflacionárias, riscos de execução em M&As e gastos crescentes com a iniciativa de pagamentos Ame Digital.

O Safra complementa a lista, citando o encerramento do auxílio emergencial, a competição irracional no marketplace e a concorrência com grandes empresas internacionais. 

Os principais riscos da operação em si, segundo a XP, são o aumento da complexidade da operação, uma vez que a companhia terá mais marcas com modelos e públicos diferentes para gerir; a retenção de talentos; e a entrada em moda, que traz risco de coleção.

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