CARACAS (Reuters) - Autoridades venezuelanas prenderam seis membros das forças militares e policiais do país ao longo do final de semana, de acordo com parentes dos detidos e ativistas de direitos humanos, à medida que o presidente Nicolás Maduro busca manter-se no poder em meio a uma crise econômica.
O general da Brigada da Aeronáutica, Miguel Sisco Mora, foi preso na sexta-feira à tarde em um estacionamento em Guatire, a cerca de 40 quilômetros a leste da capital Caracas, disse sua filha Stephanie Sisco.
O capitão da Marinha, Rafael Costa, também foi detido na sexta-feira nas proximidades de Guarenas, segundo sua esposa Waleska Perez.
"Exigimos que o governo nos forneça informações sobre seu paradeiro", escreveu Stephanie Sisco no Twitter no sábado.
As prisões ocorrem quase dois meses depois de uma insurreição fracassada contra Maduro, convocada pelo líder da oposição Juan Guaido, chefe da Assembléia Nacional controlada pela oposição. Em janeiro, Guaido invocou a Constituição para se autoproclamar presidente interino e pediu às forças armadas que se juntassem à sua causa.
As detenções ainda acompanham a visita à Venezuela da chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, que na sexta-feira pediu a Maduro para libertar prisioneiros presos por protestos pacíficos. Maduro, cuja reeleição em 2018 foi amplamente denunciada como ilegítima, disse que levaria a sério as preocupações da ONU.
O grupo de defesa dos direitos humanos Fórum Penal havia dito anteriormente que dois coronéis aposentados da Força Aérea haviam sido presos em Caracas na tarde de sexta-feira, enquanto dois oficiais de alta patente da unidade de polícia forense venezuelana CICPC foram presos em Guatire, segundo Tamara Suju, advogada e ativista de direitos humanos.
Nem o Ministério da Informação da Venezuela nem o gabinete do Procurador-Geral responderam a pedidos de comentários sobre as seis detenções neste domingo.
Segundo o Fórum Penal, cerca de 700 pessoas estão presas por motivos políticos na Venezuela, incluindo cerca de 100 militares.
O governo de Maduro nega a existência de presos políticos e freqüentemente acusa a oposição de fomentar a violência. Maduro refere-se a Guaido como uma marionete dos Estados Unidos que procura derrubá-lo em um golpe.
(Reportagem de Vivian Sequera)