(Reuters) - A companhia de commodities agrícolas Bunge registrou uma queda no lucro do primeiro trimestre, com margens de sua unidade de agronegócios pressionadas por lentas vendas de produtores da América do Sul, em meio a uma safra recorde no Brasil.
O lucro antes de juros e impostos da unidade de agronegócio da Bunge, a maior em termos de volumes e vendas, caiu mais de 61 por cento para 109 milhões de dólares.
A unidade obtém receita com a compra, venda, estocagem, processamento e transporte de produtos agrícolas ao redor do mundo.
Os baixos preços dos grãos e uma grande oferta global tem prejudicado as margens de gigantes do agronegócio, incluindo Bunge e rivais como ADM, Cargill e Louis Dreyfus Corp.
As empresas, conhecidas pela sigla ABCD, dominam o mercado global de grãos.
"O ritmo lento de vendas de produtores na América do Sul comprimiu as margens no agronegócio e levou a um primeiro trimestre abaixo do esperado", disse o presidente-executivo da Bunge, Soren Schroder, em um comunicado.
Contudo, a companhia disse que espera um "sólido crescimento nos lucros" este ano.
Produtores de soja no Brasil, principalmente, têm se mostrado relutantes em vender sua produção desta temporada, insatisfeitos com os preços praticados no mercado, colocando o ritmo de comercialização da safra abaixo de anos anteriores.
O lucro líquido atribuível aos acionistas da Bunge caiu para 39 milhões de dólares, ou 0,27 dólar por ação, no trimestre encerrado em 31 de março, ande 222 milhões, ou 1,54 dólar por ação, um ano antes.
Com os resultados, as ações da Bunge caíam cerca de 9 por cento por volta das 11:15 (horário de Brasília).
(Por Swetha Gopinath e Bangalore e Karl Plume em Chicago)