SÃO PAULO (Reuters) - A elétrica mineira Cemig (SA:CMIG4) registrou lucro líquido de 342,7 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 6.482 por cento ante os 5,2 milhões de reais no mesmo período de 2016, impulsionada principalmente por fortes ganhos com vendas de energia no mercado spot.
A empresa apurou geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 1,1 bilhão de reais entre janeiro e março, alta de 70,5 por cento na comparação anual.
A receita líquida da companhia somou 4,8 bilhões de reais, ou 8 por cento acima da registrada há um atrás.
A Cemig obteve 226,6 milhões de reais com vendas de eletricidade no mercado de curto prazo, ou spot, ante apenas 2,6 milhões no primeiro trimestre de 2016.
A Cemig disse que teve mais energia para venda no mercado spot neste ano, além de as transações terem sido realizadas a um preço spot, ou Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) de em média 151,67 reais por megawatt-hora, ante 34,69 reais em 2016.
No consolidado do grupo Cemig, o volume de energia comercializada apresentou estabilidade no trimestre, com queda de 0,2 por cento ante o ano anterior.
Enquanto as vendas de energia para consumidores finais e consumo próprio caíram 2,1 por cento na comparação anual, as vendas para distribuidoras, comercializadores e geradoras ou produtores independentes cresceram 7,3 por cento no período.
A dívida líquida da Cemig encerrou o trimestre em 13 bilhões de reais, queda de 1,75 por cento na comparação anual.
A companhia registra, no entanto, um pesado cronograma de amortização da dívida nos próximos anos. O balanço aponta para 4,33 bilhões em dívidas com vencimento em 2017 e 3,88 bilhões em 2018, além de valores próximos a 1,8 bilhão de reais em 2019 e 2020.
Controlada pelo governo de Minas Gerais, a Cemig atua em geração, distribuição, transmissão e comercialização de eletricidade. A companhia também é controladora da Light (SA:LIGT3), com ativos de geração e distribuição, e possui participação no bloco de controle da transmissora de energia Taesa e da empresa de geração limpa Renova.
(Por Gabriela Mello e Luciano Costa)