Por Sijia Jiang e Donny Kwok
HONG KONG (Reuters) - O Lenovo Group, maior fabricante de computadores pessoais do mundo, divulgou resultados trimestrais melhores do que o esperado e minimizou o impacto de uma feroz guerra comercial sino-americana.
A empresa, com sede dupla na China e nos Estados Unidos, está otimista com o crescimento da China e se concentrará no mercado premium, disse o presidente-executivo Yang Yuanqing à Reuters depois que a receita do quarto trimestre subiu para a máxima em quatro anos em uma demonstração de força em seus principais grupos de negócios.
"Definitivamente não queremos ver mais guerra comercial e tensão política. Se isso continuar, isso afetará a todos, não apenas a nós, a todas as multinacionais", disse Yang em uma entrevista nesta quinta-feira.
As ações da Lenovo subiram 11,4 por cento na manhã de quinta-feira, posicionando-se em seus melhores ganhos em um mesmo dia em quase 10 anos e adicionando cerca de 1 bilhão de dólares ao valor de mercado.
Yang disse que a Lenovo está bem preparada para a volatilidade geopolítica e econômica, já que suas fábricas estão espalhadas pela China, Estados Unidos, Índia, Brasil, Japão e México, garantindo um fornecimento estável.
A Lenovo, que comprou os negócios de servidores e computadores pessoais da IBM (NYSE:IBM), depende das Américas para 31 por cento de sua receita total, contra 26 por cento da China.
O lucro líquido do trimestre foi de 233 milhões de dólares, acima da média de 207 milhões de 10 estimativas de analistas compiladas pelo Refinitiv e acima de um prejuízo de 289 milhões no mesmo período do ano anterior, quando a Lenovo sofreu um impacto único devido às reformas fiscais dos Estados Unidos.
A Lenovo informou que sua participação no mercado global de PCs subiu para 24,6 por cento e se expandiu em mercados de alta qualidade, como workstations, PCs finos e leves e PCs para jogos.
A receita total no trimestre aumentou 8,5 por cento, para 14,04 bilhões de dólares, enquanto a de seu grupo de PCs e dispositivos inteligentes subiu 12 por cento, para um recorde de 10,7 bilhões de dólares.
Yang disse que espera que o mercado de PCs se consolide ainda mais e que a Lenovo "aproveitaria oportunidades adequadas".
Ele também disse que o grupo vê ainda mais potencial de crescimento no mercado de PCs da China, que ainda está atrasado em relação ao volume de vendas e receita da indústria norte-americana. "Isso não é condizente com nossa população", disse Yang, referindo-se aos mercados de smartphones e automóveis da China, que são os maiores do mundo.
(Por Sijia Jiang em Hong Kong)