Por Juliana Schincariol
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A varejista de moda Lojas Renner (SA:LREN3) viu seu lucro líquido subir mais de 30 por cento no segundo trimestre sobre um ano antes, apoiada em uma boa aceitação por clientes da coleção de inverno e expansão de dois dígitos na receita.
Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Laurence Gomes, com melhorias nas lojas e produtos, iniciadas em 2011, a companhia atraiu um novo cliente que frequenta boutiques e lojas especializadas mas que também busca preços mais baixos por conta da retração da economia.
Outro ponto que beneficiou a companhia, segundo Gomes, foi alta do dólar contra o real, que diminui viagens internacionais de consumidores e compras nos exterior.
A Lojas Renner teve lucro líquido de 158,2 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 33,5 por cento na comparação anual, informou a companhia nesta quinta-feira.
A receita líquida subiu 21,9 por cento, para 1,35 bilhão de reais e a alta de mais de dois dígitos permanece no acumulado do ano, com avanço de 22,8 por cento, a 2,36 bilhão de reais, apesar do cenário de desaceleração das vendas do varejo brasileiro.
As vendas mesmas lojas (abertas há mais de 12 meses) subiram 14,5 por cento ante 10 por cento um ano antes. No acumulado do ano, o avanço soma 15,4 por cento.
A empresa mantém metas de abertura em 2015 de 25 Lojas Renner, 10 Camicado e 10 Youcom, bem como a projeção de investimentos de 550 milhões de reais.
Gomes disse ainda que há oportunidades de custos menores nas negociações em pontos de shoppings centers e lojas de rua. "Há uma boa receptividade e flexibilidade nas negociações", afirmou.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado total subiu 31,5 por cento na mesma base de comparação, a 326,2 milhões de reais. A margem Ebitda cresceu 1,8 ponto percentual ano a ano e encerrou o trimestre em 24,1 por cento.
O resultado de produtos financeiros totalizou 54 milhões de reais no segundo trimestre, 3 por cento maior que o obtido um ano antes.
Na véspera, a companhia informou que vai pedir autorização ao Banco Central para criar uma instituição financeira própria, chamada de Realize Crédito, Financiamento e Investimento.
De acordo com o executivo da Renner, a ideia é ter um veículo financeiro próprio que dará mais agilidade e flexibildade, além de simplificar as operações da empresa na área.
"A estratégia não muda, vamos continuar conservadores com o crédito, com muita disciplina, com portfólio de produtos financeiros alinhados à proposta de valor da Renner. A estratégia é ser complementar ao varejo", disse Gomes.