Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O Magazine Luiza (SA:MGLU3) espera que metade dos vendedores cadastrados no marketplace tenha aderido à primeira fase da integração dos serviços com a rede de varejo até o fim do ano, disse nesta terça-feira o presidente da empresa, Frederico Trajano.
Atualmente, 20 por cento dos vendedores adeririam à primeira fase da integração de serviços, que possibilita a utilização por vendedores do marketplace das transportadoras do Magazine Luiza.
Para o próximo ano, a estimativa do executivo é que a "grande maioria" dos vendedores esteja adaptada à integração, uma vez que as empresas menores podem se beneficiar dos contratos com as transportadoras.
"Nossos contratos de distribuição são muito melhores que os deles (vendedores)", disse Trajano à Reuters.
A próxima etapa da integração envolve ainda a utilização dos centros de distribuição, com retirada de produtos nas lojas físicas do Magazine Luiza. Esta etapa está em fase de testes, com algumas lojas e vendedores selecionados, e deve ser ampliada para toda rede em 2019.
Em teleconferência com analistas para comentar os resultados do segundo trimestre, Trajano disse ainda que a participação da linha de imagem no crescimento das vendas da empresa foi alta devido à Copa do Mundo, mas a empresa cresceu também nas demais categorias.
Sem detalhar números, o executivo disse que o crescimento das vendas da linha de imagens no segundo trimestre foi de três dígitos, enquanto outras linhas tiveram altas de "dois dígitos altos".
No segundo trimestre, o lucro líquido da empresa quase dobrou em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as vendas da empresa em todos os canais físico e online totalizou 4,6 bilhões de reais, alta de 43,3 por cento ano a ano.
Após o desempenho do segundo trimestre, com o impulso da Copa do Mundo para o crescimento das vendas, Trajano afirmou que os dados de vendas do primeiro trimestre são uma base de comparação mais adequada para os próximos períodos. Nos três primeiros meses do ano, as vendas totais, incluindo a terceiros em seu marketplace, subiram 34 por cento ano a ano.
"O primeiro trimestre é uma base melhor do que o segundo para olhar para frente, com o agravante de que a base de comparação do segundo semestre (de 2017) é mais forte", disse o executivo.
Por volta das 13:50, as ações da empresa subiam 7 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa, que tinha alta de 0,3 por cento.
Analistas do JPMorgan mantiveram a recomendação "overweight" para os papéis do Magazine Luiza, afirmando que o sólido ímpeto dos resultados deve continuar sustentando a alta das ações da empresa. Segundo a equipe de analistas liderada por Joseph Giordano, o Magazine Luiza explorou bem as vendas relacionadas à Copa do Mundo e a empresa continua ganhando participação nos canais online e físico.
No período de abril a junho, a participação das vendas do comércio eletrônico subiu para 66,1 por cento, ante 60,8 por cento um ano antes.
Segundo Trajano, o resultado inclui uma contribuição relevante da expansão do marketplace.
"O crescimento do comércio eletrônico veio muito em função de já colhermos frutos do marketplace", disse.
O foco da empresa permanece em crescimento orgânico, mas o Magazine Luiza não descarta eventuais aquisições, principalmente voltadas a startups de tecnologia que poderiam ajudar a desenvolver o marketplace da companhia.
"O foco é investimento em startups... A gente continua olhando oportunidades de ou desenvolver (tecnologia) dentro de casa ou comprar empresas", disse.